O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros segue repercutindo fortemente no setor industrial.
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Em entrevista à RBV, empresário Leonir Tesser, vice-presidente da Regional Centro-Norte da Fiesc, destacou a preocupação da classe empresarial, especialmente em Caçador, onde a indústria de base florestal tem forte vocação exportadora.
“Foi uma surpresa. Não havia sinalização de que isso ocorreria. Se mantidas, essas tarifas afetam diretamente Santa Catarina, um estado eminentemente exportador, e Caçador de forma muito específica”, afirmou.
Segundo Tesser, grande parte das exportações da indústria local tem como destino o mercado americano. Ele defende que haja uma solução negociada antes de 1º de agosto, prazo para vigência da nova tarifa.
“Se as razões forem econômicas, que se encontre uma saída econômica. Se forem políticas, que a diplomacia atue. Quem perde é o país como um todo”, destacou o empresário
Questionado sobre a possibilidade de buscar novos mercados, Tesser foi cauteloso. “Migrar para outros mercados não é fácil. As indústrias de Caçador foram estruturadas com tecnologia para atender o mercado americano. Mas seguimos confiando numa solução diplomática”.
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), segundo ele, acompanha o caso de perto, acreditando na atuação do governo brasileiro para evitar prejuízos bilaterais.
Presidente da ACIC pede serenidade no assunto
O presidente da Associação Empresarial de Caçador (ACIC), José Carlos Tombini, se pronunciou sobre o impacto da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
“O sentimento é de tristeza. Caçador tem forte base florestal, e grande parte das exportações é voltada para o mercado americano. A indústria se preparou para isso. Uma tarifa de 50% torna inviável a operação”, afirmou Tombini.
Ele lembra que, com os atuais investimentos e contratos em andamento, qualquer ruptura gera prejuízos em toda a cadeia produtiva. “Imagina um contêiner que chega no dia 1º de agosto. O cliente não vai aceitar. O custo aumenta, a operação trava”, explica.
Tombini pede serenidade e diálogo diplomático, destacando a articulação de entidades como Fiesc, Facisc, CNI e CACB na busca por uma solução rápida. Ele também cita o exemplo da Argentina, que negocia tarifa zero com os EUA como um caminho possível.
Além do impacto externo, o presidente da ACIC aponta efeitos no mercado interno, como alta do dólar; combustíveis mais caros; dificuldades na contratação e moradia; e risco para investimentos recentes.
“Estamos investindo, contratando, construindo. Tivemos a boa notícia da liberação de 150 casas populares e, logo depois, uma bomba dessas. Precisamos de equilíbrio. A ACIC reforça o apelo por negociação urgente entre os governos para evitar perdas irreversíveis”, finaliza o presidente da entidade.
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