As tarifas dos Estados Unidos estão trazendo sérias consequências para a economia de Caçador, cidade em que mais de 50% do PIB depende da indústria da madeira, um dos setores mais prejudicados pela imposição. O cenário é de redução de produtividade e, por consequência, corte de empregos.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
Segundo Ivanor de Carvalho, coordenador do Núcleo de RH da ACIC (Associação Empresarial de Caçador), a maior parcela da produção das empresas locais do setor madeireiro é destinada à exportação, principalmente para os Estados Unidos. Algumas chegam a exportar cerca de 70% da produção.
Com a aplicação das tarifas de 50%, a lucratividade das empresas caiu drasticamente, variando entre 8% e 20% antes do aumento. “O impacto é direto na entrada financeira das empresas e, consequentemente, na manutenção dos empregos”, destaca.
Para enfrentar a queda na demanda, diversas empresas adotaram medidas como férias proporcionais, férias coletivas e ajustes nas equipes. Algumas reduziram a produção em até 50%. A situação preocupa a cidade, considerando que 52,7% dos recursos arrecadados pelo município vêm do setor exportador.
Veja também
Câmara de Caçador recria Frente Parlamentar da Causa Animal
CDL Caçador inicia distribuição de cupons do Show de Prêmios
Apesar das dificuldades, as empresas buscam alternativas, como novos mercados e produtos. “Estamos tentando entrar no mercado europeu, mas essas mudanças levam tempo, entre seis meses e dois anos”, explica Ivanor.
O coordenador reforçou que as negociações continuam, mas o momento é delicado. “O tarifaço afetou a vida de muitas pessoas e a economia da cidade. As empresas trabalham para se reinventar e manter os colaboradores”, conclui.