A venda de veículos novos teve um salto importante neste ano comparado a anos anteriores. Em Santa Catarina, por exemplo, o aumento na procura superou os 20%, sendo impulsionado por vários fatores, como parcelamento com taxa zero, juros menores e maior valorização do carro usado na troca por um novo. De acordo com Odacir Dezanet, Gestor de Vendas de uma concessionária de veículos, comparado a outros anos, o mercado de carros novos está bastante atrativo.
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Ele explica que o mercado começou a se consolidar novamente após a pandemia, e com a falta de veículos usados, a tendência é a compra de veículos novos e também a renovação de frotas de grandes empresas que influencia nestes números.
A facilitação das taxas de juros para veículo novos também atrai os consumidores de acordo com Odacir, já que os bancos diminuem as taxas quando o carro é zero quilômetro, pois na teoria não é um veículo que irá dar problema em um curto espaço de tempo. Ao contrário dos usados.
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“Muitas vezes a parcela do veículo novo fica parecida com a do usado, mesmo os valores sendo diferentes, porque a taxa de juros diminui, e as pessoas acabam optando por veículo novos e isso também é mais satisfatório para os bancos”, explica.
Dados nacionais
O setor automotivo brasileiro deverá registrar o maior crescimento de vendas desde 2007. É o que aponta a projeção da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que estima a venda de 2,65 milhões de unidades em 2024.
Entre 2023 e 2024, as vendas de carros registraram aumento de 15%. Trata-se do maior crescimento entre um ano para o outro registrado pela Anfavea desde 2007. A estimativa da associação supera com alguma folga os 2,3 milhões de licenciamentos no janeiro-dezembro passado. Vale frisar ainda que no acumulado deste ano, até novembro, já temos 2,38 mi unidades comercializadas.
Houve alta de 32% nos emplacamentos de veículos entre o primeiro e o segundo semestre de 2024. A Anfavea repercute 1,14 milhão de unidades vendidas nos seis primeiros meses, e projeta o encerramento da segunda metade do ano com 1,51 milhão. Este, inclusive, seria o melhor resultado no período de seis meses desde 2014.
O mercado brasileiro também foi o que mais cresceu entre os dez principais polos automotivos do mundo, com alta de 15%. A Anfavea, contudo, exclui a Rússia por conta do conflito entre o país governado por Vladimir Putin e a Ucrânia.
O Brasil ficou à frente de Estados Unidos e China com alguma vantagem nesse quesito. Enquanto o primeiro cresceu 2,8%, o segundo teve alta de 3,8%. Mercados como Alemanha, França e Japão tiveram retração de, respectivamente, -0,4%, -3% e -7,2%.
A Anfavea estima crescimento interessante para 2025. O emplacamento de leves deverá ter uma alta de 5,8% e pesados, por sua vez, 2,1%. Desse modo, a previsão é de que 2,8 milhões de unidades sejam licenciadas no próximo ano.
De acordo com Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, houve uma redução na estimativa por conta da elevação da taxa básica de juros em 1 p.p., para 12,25%, na última quarta-feira (11). Para o próximo ano, a Anfavea trabalha com uma Selic de 14,5%.
Produção e importações em alta
A produção também avançou no Brasil de um semestre para o outro. Na primeira metade de 2024, mais de 1,13 milhão de veículos deixaram as linhas nacionais; já no segundo semestre, os números apontam 1,43 milhão de unidades. A projeção é que 2024 termine com 2,56 milhões de veículos novos produzidos no país.
A Anfavea também comemorou o maior ciclo de investimentos da história do país. Ao todo, os aportes na indústria nacional somaram R$ 180 bilhões. No entanto, a entidade não apenas celebrou.
Pela primeira vez desde 2015, importações superaram exportações. 463 mil unidades foram importadas em 2024, contra 403 mil exportações. Embora os números ainda sejam projeções da Anfavea, o ano deve terminar com dados bem parelhos aos divulgados.
Interessante é que, se somarmos os cerca de 70 mil veículos ainda em estoque, as importações da China cresceram 415%. É um total de 165 mil unidades, em sua maioria, evidentemente, de automóveis de BYD e GWM. Segundo a Anfavea, a cada dois carros importados fora do Mercosul-México vêm do país asiático.
Eletrificados
Quando falamos de GWM e BYD, fatalmente nos pegamos olhando para o mercado de eletrificados. Se em 2023 tivemos 42,5 mil híbridos, 32,2 mil híbridos plug-in e 19,3 mil elétricos comercializados, em 2024 a situação mudou um pouco de figura.
Este ano tivemos, no acumulado, 63,1 mil carros elétricos comercializados, contra 57 mil híbridos plug-in e 55,4 mil híbridos. Isso se dá pelo janeiro-outubro, dominado pelos 100% elétricos. No entanto, os híbridos e híbridos plug-in já voltaram a recuperar terreno.
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