O município de Videira manteve saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada em maio de 2025 e alcançou um novo recorde no número de trabalhadores formais. Segundo os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), o saldo do mês foi de 63 vagas, elevando o total de empregos formais para 24.335 – o maior da série histórica.
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No acumulado de janeiro a maio, já foram criados 1.318 postos de trabalho no município. Embora o número de admissões em maio tenha sido inferior ao registrado em abril, a curva de crescimento segue estável.
A indústria gerou 29 novas vagas em maio, ante 49 no mês anterior. A construção civil registrou 21 empregos, o comércio somou 14 e os serviços ficaram praticamente estáveis, com saldo positivo de 2 vagas. Já a agropecuária, que vinha apresentando saldos positivos, teve leve retração, com -3 vagas no mês.
Para o cientista político Caleb Bentes, responsável pela análise dos dados, o desempenho deve ser visto dentro de um contexto mais amplo. “Mesmo com um saldo numérico mais modesto, maio confirma a trajetória robusta de crescimento e formalização que Videira vem apresentando desde o início do ano”, destaca.
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Caleb chama atenção para fatores externos que influenciam a economia local, como a alta da Selic para 15%, novas tarifas dos EUA ao Brasil e os efeitos geopolíticos de conflitos como o episódio entre Irã e Israel. “Esses fatores impactam o custo de insumos, o câmbio e a oferta de crédito, o que afeta especialmente pequenos e médios empresários”, avalia.
Apesar do cenário global instável, Videira continua se destacando graças à sua força agroindustrial e à estabilidade institucional, que oferecem um ambiente propício para investimentos. O analista ressalta o potencial de expansão internacional, especialmente com os acordos comerciais entre o Brasil e o bloco europeu EFTA, e os efeitos da guerra na Ucrânia.
“A cidade tem uma chance real de ocupar espaços nos mercados europeu e asiático, desde que mantenha uma base produtiva diversificada, atualizada tecnologicamente e com mão de obra qualificada”, afirma Caleb.
Por fim, ele ressalta que a geração de empregos, embora importante, não é suficiente por si só. “Será preciso visão de longo prazo, articulação entre empresas, poder público e instituições acadêmicas para transformar Videira em um território de inteligência econômica e protagonismo internacional”, conclui.