Radares deixaram de funcionar em 66 mil quilômetros de rodovias federais desde 1º de agosto. A paralisação atinge 14 mil km de estradas concedidas e 2.970 faixas de monitoramento, deixando milhares de motoristas sem fiscalização eletrônica de velocidade. O motivo é o corte de verbas no Orçamento de 2025.
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O Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV) tinha previsão de R$ 364 milhões, mas recebeu apenas R$ 43,36 milhões, valor insuficiente para manter contratos e operações. Segundo a Senatran, a suspensão compromete o Pnatrans, plano nacional de redução de mortes e lesões no trânsito.
Estudos do Ipea mostram que o excesso de velocidade está entre as principais causas de acidentes fatais. Em 2014, os sinistros nas rodovias federais custaram R$ 12,8 bilhões à sociedade. Corrigido pelo IPCA, esse valor chegaria hoje a R$ 22,6 bilhões, ou seja, o orçamento atual cobre menos de 0,2% do custo.
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A Abeetrans aponta impactos imediatos: em 201 faixas monitoradas, o número de infrações sem multa aumentou 802,55%, totalizando 17 mil casos até 12 de agosto. Em 2024, as rodovias federais registraram 6.160 mortes e 53 mil feridos. A PRF alerta que a ausência de fiscalização pode elevar ainda mais esses números.
Enquanto os radares não funcionam, o Dnit sugere melhorias na sinalização, iluminação e campanhas educativas, além do uso de radares móveis. A entidade aguarda resposta sobre um pedido de R$ 180 milhões extras feito à Casa Civil, e o MPF acompanha o caso.
O Ministério do Planejamento informou que a liberação de recursos depende do “espaço fiscal” e só poderá ser discutida em 2026. Até lá, os radares permanecem desligados, aumentando o risco de acidentes e mortes nas rodovias federais.