Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão (PR), se voluntariou para atuar na guerra da Ucrânia, mas agora pede ajuda para deixar o conflito.
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Ele viajou ao país em maio de 2025, acreditando que trabalharia com tecnologia militar, especialmente drones. Porém, ao chegar, foi deslocado para um batalhão de infantaria próximo à linha de frente, em uma das regiões mais perigosas da guerra, Kharkiv.
“Vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com tecnologia militar, principalmente na área de drones. Desde que cheguei aqui tudo mudou. Estão me empurrando para funções de infantaria. Disseram que é treinamento, mas não acredito mais nisso”, relatou Lucas em vídeo nas redes sociais.
Ele teme ser forçado a entrar em combate direto, algo para o qual não está preparado física ou psicologicamente.
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Lucas assinou um contrato com o Ministério da Defesa ucraniano que impede sua saída nos primeiros seis meses, período mínimo para o treinamento. Por isso, ele não pode deixar o país até dezembro de 2025. Tentou contato com a Embaixada do Brasil na Ucrânia, mas foi informado que as autoridades brasileiras não podem interferir em sua situação.
Com o desabafo viralizado, outros brasileiros na Ucrânia entraram em contato para oferecer apoio, mas o jovem ainda não tem uma solução definida.
Ele teme pela própria segurança e busca desesperadamente retornar ao Brasil.
Guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, já causou milhares de mortes e milhões de refugiados.
O conflito intensificou-se ainda mais nos últimos meses de 2025. Segundo a missão de direitos humanos da ONU, junho foi o mês mais letal para civis nos últimos três anos, com 232 mortos e 1.343 feridos, totalizando 6.754 vítimas no primeiro semestre — alta de 54 % em relação a 2024.
Abril também foi devastador: 209 mortes e 1.146 feridos, o número mais alto desde setembro de 2024.
Os ataques russos, cada vez mais intensos, usaram drones e mísseis de longo alcance, atingindo hospitais, escolas e áreas residenciais em Kharkiv, Sumy, Kyiv e outras cidades.
Na ofensiva, a cidade estratégica de Pokrovsk viu confrontos intensos, e Kostiantynivka, em Sumy, caiu sob controle russo no começo de junho.
Em março e abril, Ucrânia lançou ofensivas no território russo de Kursk e Belgorod, mas sofreu contra-ofensivas, resultando em ganhos territoriais limitados.
No plano diplomático, o presidente americano Donald Trump reduziu o prazo para um cessar-fogo com a Rússia, declarando que Putin agora tem 10 a 12 dias, até cerca de 7 a 9 de agosto, para definir um acordo. Caso contrário, ameaçou impor sanções severas e tarifas secundárias.
Apesar de tensões crescentes, a diplomacia busca alternativas. A Rússia descarta encontros de alto nível até o fim das negociações, enquanto lideranças como Keir Starmer e Emmanuel Macron formam uma “coalizão de dispostos” para apoiar a Ucrânia com garantias de segurança