O professor Lucas Antonio de Lacerda, de 39 anos, sofreu pelo menos oito disparos de arma de fogo e morreu. A confirmação veio dos delegados da Polícia Abel Bovi e Ulisses Gabriel, durante entrevista coletiva nesta terça-feira (23) em Florianópolis.
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O crime ocorreu na segunda-feira (15), em frente a uma padaria no bairro Ipiranga, em São José, região da Grande Florianópolis. Lucas estava dentro do carro, dando aulas de língua portuguesa num cursinho, quando foi surpreendido pelos atiradores.
A Polícia Civil aponta que o crime tem como principal motivação vingança. Dois suspeitos — tio e sobrinho, de 45 e 24 anos — com histórico criminal, já estão presos temporariamente. O delegado Abel explicou:
“Sim, a gente faz a vinculação entre o ocorrido e o acidente. Temos informações que no sábado que antecedeu o crime, o autor dos disparos perdeu outro membro da família e daí acreditamos que tenha surgido um inconformismo e levado a essa situação. Ele seria por vingança.”
O sobrinho já respondia a mandado ativo por outro homicídio. O tio foi preso horas antes na Praia de Fora, em Palhoça, onde tentava se esconder. Ele já havia sido preso em 2017 por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de uso restrito.
Até agora, não se comprovou vínculo dos suspeitos com organizações criminosas. O inquérito ainda não encerrou, mas pretende-se indiciá-los por homicídio qualificado, por motivo torpe e uso de recurso que dificultou defesa da vítima.
A Polícia Civil afirma que o tio desceu do veículo, posicionou-se em frente ao carro da vítima, e efetuou os disparos, enquanto o sobrinho teve participação.
“Todos os elementos estão sinalizando essa motivação desproporcional de vingança… recurso que impossibilitou a defesa da vítima”, disse Bovi.
Lucas respondia processo por homicídio culposo num acidente de trânsito em 2024, que vitimou o filho do autor dos disparos. O delegado afirmou:
“Ele [autor] é inconformado desde o dia do acidente.”
Antes do crime, o suspeito havia perdido outro ente da família, possível gatilho para o ato.
As autoridades agora buscam confirmar se houve premeditação, realizar interrogatórios e localizar o veículo e armas usadas. Também monitoram o processo criminal que Lucas já enfrentava, tramitando na Vara Criminal do Foro do Continente, em Florianópolis.