Na véspera de um dos momentos mais delicados de sua trajetória política, Jair Bolsonaro transmite imagem de serenidade. Mesmo diante da expectativa de ser interrogado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente promoveu uma caminhada pelas ruas de São Paulo. Essa atitude, vista como estratégica, visa comover sua base de apoiadores, destacando o que ele considera uma “injustiça” do processo conduzido pelo STF.
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Nos últimos dias, Bolsonaro tem enfrentado diversas frentes no campo judicial. Na última quinta-feira (5), prestou depoimento sobre o possível financiamento da permanência de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos.
Em paralelo, também foi chamado a prestar esclarecimentos sobre a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar deixou o Brasil após ser condenada por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo acusada de disseminar informações falsas.
Nesta segunda-feira (9), ministros da Primeira Turma do STF iniciam as oitivas dos investigados pertencentes ao chamado “núcleo 1”, suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Entre os principais nomes está o próprio Bolsonaro, que será ouvido na terça-feira (10), às 14h.
O primeiro a prestar depoimento será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador da Justiça por meio de um acordo de delação premiada. Em seguida, serão interrogados outros nomes de peso do governo anterior:
- Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin),
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha),
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça),
- Augusto Heleno (ex-chefe do GSI),
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e
- Walter Braga Netto (também ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022).
Na semana anterior ao interrogatório, Bolsonaro convocou apoiadores para acompanharem seu depoimento. Durante evento do PL-Mulher, ele declarou:
“Não vou lacrar, mas vai valer a pena assistir”. A declaração provocadora reforça a mobilização digital dos aliados, que vêm intensificando críticas às acusações de tentativa de golpe e ao próprio processo penal conduzido pelo STF.
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