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Negociação direta com Trump é o caminho para resolver tarifa dos EUA, afirma advogado

Negociação direta com Trump é o caminho para resolver tarifa dos EUA, afirma advogado

Foto: Alex Brandon / AP

Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, Brian Ballard, advogado e aliado de Donald Trump, responsável pela arrecadação de fundos na campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, aconselhou que o Brasil entre em contato diretamente com Trump para tratar da polêmica tarifa.

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“Eu faria tudo o que pudesse para falar diretamente com o presidente e sua equipe sênior, o secretário [do Comércio Howard] Lutnik, o secretário do Tesouro, o representante comercial, todos eles”, afirmou Ballard.

Ele destacou que Trump prefere “conversar pessoalmente” e indicou que qualquer líder mundial, incluindo o presidente Lula, deveria “ligar diretamente” para o chefe de Estado dos EUA.

Durante a conversa, Ballard ressaltou que Trump acredita no impacto das tarifas e que o comércio livre e justo é peça fundamental na política econômica e externa dos Estados Unidos.

Segundo o advogado, o presidente americano é um negociador duro, porém justo, e o governo brasileiro precisa prestar atenção ao que Trump está solicitando.

Por que a tarifa de 50% contra o Brasil?

Ballard explicou que a tarifa de 50% imposta contra o Brasil resulta da soma de vários fatores.

Entre eles estão o papel do país no bloco dos Brics, a relação de Lula com o presidente chinês Xi Jinping e declarações sobre o fim da dolarização da economia brasileira.

“Eu acho que o presidente [Trump] vê o governo brasileiro como não tão pró-EUA como, digamos, foi no passado e deveria ser. Então ele tem várias alavancas e ferramentas que pode usar para tentar alcançar o que ele considera serem resultados mais justos”, explicou.

O advogado também comentou que a negociação com o Brasil deve ser uma das mais difíceis que os Estados Unidos enfrentam atualmente, mas acredita que Trump deseja um acordo equilibrado.

Ele citou como exemplo os acordos recentes com o Japão e a União Europeia, que foram complicados, mas concluídos com sucesso.

“Nas negociações com a União Europeia, elas começaram muito difíceis. E, obviamente, com tantos governos diferentes, tantos países diferentes envolvidos. Foi uma negociação muito difícil, tenho certeza”, disse Ballard.

“Não foram apenas questões econômicas, houve também questões políticas, e eles conseguiram resolver isso. Portanto, espero que isso seja resolvido de uma forma que seja benéfica para o povo brasileiro, mas que também permita ao presidente obter o que ele quer e o que ele vê como justo”, completou.

Ele finalizou dizendo: “Qualquer governo que ainda não tenha fechado um acordo com os Estados Unidos, que vê o que o Japão fez, vê o que a União Europeia acabou de fazer, seria tolo se não fizer de tudo para resolver isso o mais rápido possível”.

Contexto do tarifaço e impasse diplomático

No dia 9 de julho, Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras.

Ele justificou a medida citando uma investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado e afirmou que a relação comercial entre os dois países era injusta.

Desde então, o presidente Lula afirmou em discursos que Trump deve respeitar a soberania brasileira e acusou o republicano de não querer dialogar.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, esteve nos Estados Unidos para uma cúpula sobre a solução de dois Estados, mas não manteve reuniões com autoridades americanas para tratar da tarifa.

Além disso, uma comitiva de senadores brasileiros, incluindo o catarinense Esperidião Amim, está nos EUA para conversar com parlamentares e empresários, porém o impasse permanece poucos dias antes do prazo final para a entrada em vigor da tarifa, que é 1º de agosto.

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