Faltam poucas horas para que Wilmar Carelli assuma pela 4ª vez a prefeitura de Videira, algo inédito nos 80 anos da cidade. Ele respondeu 5 questões. O prefeito eleito foi questionado pelo repórter Ernesto Júnior sobre fatos como mudanças, etarismo, resultado e também expectativas.
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1º Você já foi prefeito nos anos de 1990 e 2010, décadas distintas da atual, como é para o senhor chegar à sua 4ª gestão em 2024? O que muda?
Resposta: Algumas coisas mudam bastante, outras permanecem praticamente inalteradas. O que muda, basicamente, é a forma como a administração coloca em prática suas ações. Há uma constante evolução nos métodos, equipamentos e sistemas de gestão. Isto é natural com o passar dos anos. Cada década que você citou foi marcada por algum tipo de transformação nos processos de gestão e essa constante mudança exige que fiquemos atentos à necessidade de estarmos sempre atualizado, acompanhando as evoluções.
Principalmente agora, que vivenciamos a era da tecnologia, da inteligência artificial, e de um modo mais digital de relacionamento. Quanto a isso estou bastante tranquilo, pois tenho como hábito sempre acompanhar essas mudanças e porque busco sempre me cercar de pessoas com conhecimento técnico em cada secretaria e essas pessoas, por sua vez, formam um corpo técnico e operacional altamente capacitado em cada área de atuação.
Se você analisar, por exemplo, o perfil dos secretários que foram anunciados semana passada, vai perceber que cada um possui formação técnica e experiência em suas respectivas áreas. Esse cuidado vai ser estendido também para os outros setores. O que não muda, ou muda pouco, na gestão pública são as demandas da população.
Todas as vezes que assumi a Prefeitura de Videira tínhamos sérios problemas na educação, na saúde, na infraestrutura, no trato com as pessoas. Agora, não é diferente! Estamos entrando em cena para, mais uma vez, colocar a gestão pública em perfeita sintonia com as reais necessidades da população, primando sempre pelo diálogo e pelo respeito.
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2ª Se comparadas às suas gestões anteriores, o que o senhor faria novamente e o que não repetiria?
Resposta: Já tive oportunidade de falar publicamente sobre isso e o que sempre enfatizo é que, em todas as vezes que fui prefeito, nunca tive o menor problema em reconhecer um erro, voltar atrás e recomeçar para corrigi-lo. É assim que a gente evolui, como pessoa e como profissional. Não é intelectualmente honesto tentar vender uma ideia de perfeição, ninguém é perfeito.
Se você consegue manter uma conduta que não te impeça de assumir uma falha e corrigi-la, pouca coisa vai ficar na pasta das atitudes que você não repetiria. É óbvio que, depois de ter constatado que algo não saiu exatamente como o esperado e que você teve que recomeçar para acertar o rumo, você iria preferir ter feito diferente desde o começo. Mas a vida não tem essa cronologia! É impossível voltar no tempo.
Então, o máximo que você vai conseguir fazer hoje para colocar a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila amanhã, é ter a certeza de que fez o melhor que podia com as condições que você tinha e que, todas as vezes que foi necessário, você tentou corrigir o rumo na busca do melhor resultado possível.
3ª Muito se fala na atual sociedade brasileira em etarismo e o senhor chega à gestão com 73 anos. Como o senhor vê essa questão?
Resposta: Que a sociedade é preconceituosa com quem tem mais idade, todos nós sabemos. Mas a resposta pronta de que “o que vale é o estado de espírito”, ou então “o que vale é a disposição”, me soa muito clichê. Eu considero que o que é mais importante ao avaliar uma pessoa para um cargo, seja na esfera pública ou privada, é o grau de conhecimento que ela tem; é a experiência que ela pode trazer para a instituição e suas condições para, efetivamente, colocar em prática suas habilidades, independentemente da idade que essa pessoa tiver.
Ignorar as habilidades e as competências de uma pessoa tão somente pela idade, é desprezar um arsenal de conhecimento tão valioso quanto qualquer outra aptidão que alguém mais novo possa apresentar. O que determina a competência de alguém é o seu nível de percepção das coisas, sua capacidade de absorção das inovações e sua determinação em se moldar profissionalmente a essas mudanças.
É muito comum encontrarmos pessoas jovens de idade, mas com uma mente extremamente fechada para novos conceitos, e vice-versa. Me coloco na posição daqueles que estão sempre dispostos a se abrir para o novo, e para mentes assim a idade é o que menos importa.
4ª No dia 6 de outubro, o senhor foi eleito com 14.628 votos e uma diferença de menos de mil votos para o segundo colocado. Como essa questão é vista pelo senhor? O senhor observa uma sociedade dividida?
Resposta: Eu não diria que nossa sociedade está dividida, pelo menos não do ponto de vista ideológico neste contexto em que você faz essa pergunta. Eu acredito que os percentuais verificados nessa eleição têm mais a ver com o ponto de vista exercido pelo eleitor. Quem utiliza diariamente os serviços públicos e os têm como primordiais para a qualidade de vida e até mesmo para a sua subsistência, avaliou de uma forma a escolha do seu candidato.
Quem não utiliza os serviços públicos, utiliza com pouca frequência ou não atribui a eles um valor tão essencial, acaba escolhendo seu candidato por uma visão mais superficial. O que aconteceu nessa eleição foi que prevaleceu a opinião de uma imensa quantidade de pessoas que, por usarem os serviços públicos com frequência, avaliaram que era necessário mudar a forma com que as políticas públicas estavam sendo conduzidas.
Quando nós falávamos durante a campanha que era necessário “devolver Videira ao povo”, era com essas pessoas que nós estávamos conversando. Felizmente elas entenderam a nossa mensagem e aprovaram as propostas que apresentamos para mudar o rumo de muita coisa. O resultado de uma eleição é o somatório de vários elementos.
É claro que no meio de tudo isso estão elementos como preferências político-partidárias, ideológicas e a própria rejeição a este ou àquele candidato. Mas em se tratando de diferença de votos, se você fizer um comparativo entre o resultado desta eleição e o da eleição passada, vai perceber que de lá para cá mais de quatro mil eleitores mudaram de opinião quanto a continuidade do modelo de gestão do município.
5ª Faltando algumas horas para a sua posse, qual é o seu sentimento?
Resposta: É um misto de alegria, gratidão e responsabilidade. Alegria pelo fato de estar realizando algo que me move, que é o desprendimento de colaborar mais uma vez com o desenvolvimento da minha cidade natal.
A vida pública não é fácil, você precisa abdicar de muita coisa pessoal que está ao seu redor, mas ela se torna altamente recompensadora quando você percebe que as tuas ações impactaram positivamente na vida de muita gente.
Gratidão a Deus pela possibilidade de, aos 73 anos de idade, reunir todas as condições de trabalhar um pouco mais pela nossa comunidade. Aos videirenses por terem depositado em mim, mais uma vez, a confiança de quem entrega as chaves da sua casa para alguém cuidar. E responsabilidade, justamente de quem assume essa missão de cuidar do que é de todos e, principalmente, cuidar das pessoas.Meu compromisso e do Balestrin, é conduzir um governo humanizado, baseado no diálogo e na participação popular. Não é uma missão fácil, sabemos disso. Mas estamos preparados para mais esse desafio!
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