Caçador enfrenta um cenário preocupante de violência sexual infantil. Nos últimos seis meses, o Conselho Tutelar do município registrou 51 casos de suspeita de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A informação foi divulgada na terça-feira (20) pela conselheira tutelar Gladis Marisa Fontana, durante participação na sessão da Câmara de Vereadores, a convite do vereador Clayton Zanella.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
O pronunciamento ocorreu em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Na tribuna, Gladis destacou que o total de 1.232 atendimentos relacionados a diferentes formas de violência, negligência ou conflitos familiares, no mesmo período, revela a gravidade do problema. “Esses dados mostram que a violência está mais próxima do que imaginamos. Não podemos silenciar. Não podemos cruzar os braços”, alertou.
Veja também
15º BPM realiza despedida para ex-apenado que trabalhou no Batalhão
ALESC discute ações do MPSC contra pais que recusaram vacinar os filhos contra a Covid
Rede de proteção precisa de apoio e fortalecimento
A conselheira ressaltou que o Conselho Tutelar é a porta de entrada para denúncias, mas depende de uma rede de proteção integrada, composta por escolas, unidades de saúde, CRAS, CREAS, Ministério Público, Polícia Civil e Militar. Essa articulação é essencial para garantir os direitos das vítimas e aplicar as devidas providências legais e sociais.
Gladis explicou que o sistema de garantia de direitos atua em três frentes: defesa, promoção e controle social. Neste último, a Câmara tem papel essencial ao fiscalizar e definir orçamentos destinados à infância e juventude. A falta de estrutura adequada, segundo ela, compromete o atendimento de qualidade e a efetividade das ações.
Dados revelam violência familiar, negligência e acolhimentos
Entre os dados apresentados estão:
169 atendimentos por conflito familiar
225 casos de negligência de políticas públicas
37 situações envolvendo uso de drogas por responsáveis
20 ocorrências de violência psicológica
17 registros de violência física
10 acolhimentos institucionais de crianças e adolescentes
Gladis destacou que muitas pessoas têm medo de denunciar ou desconhecem os canais corretos. “É nosso dever denunciar. E quem denuncia tem o direito ao anonimato”, reforçou, citando o Conselho Tutelar, a Polícia Militar e o Disque 100 como principais meios de denúncia.
Vereador reforça necessidade de novas políticas públicas
O vereador Clayton Zanella parabenizou o trabalho do Conselho Tutelar e defendeu o fortalecimento das políticas públicas voltadas à infância. Como ex-conselheiro, ele conhece os desafios enfrentados e criticou a sobrecarga das estruturas de saúde, educação e assistência social.
Zanella alertou ainda que, em muitos casos, o agressor está dentro do núcleo familiar da vítima. “Precisamos de mais profissionais na rede de proteção, novas legislações e um esforço contínuo da Câmara para garantir a segurança e dignidade das nossas crianças”, afirmou.
Nossas Redes Sociais