O julgamento dos oito acusados pela morte do policial militar Marcos Alberto Burzanello, ocorrido em dezembro de 2022 em Tangará, teve início na manhã desta segunda-feira, 28 de outubro, em um dos climas mais tensos da história do município do Meio Oeste catarinense.
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O dia começou com confusão em frente ao Clube Rio Bonitense, local onde é realizado o júri. Familiares e amigos da vítima, assim como familiares e amigos dos réus, estavam desde cedo na frente do prédio. Os réus chegaram escoltados por uma forte ação das policiais Civil e Militar contando com reforço da capital Florianópolis.
Assista:
Policiais Militares que faziam a segurança no acesso ao Clube buscavam acalmar as pessoas que estavam do lado de fora, passando também instruções sobre o comportamento para aqueles que iam adentrar no recinto para acompanhar o julgamento. Com os ânimos acirrados, em alguns momentos houve empurrões e xingamentos entre pessoas da comunidade.
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O sargento Saibert, da PM, disse que houve um pequeno tumulto no acesso ao Clube já que muitos familiares de ambos os lados estão presentes. “Sabemos que é um caso de repercussão significativa por se tratar da morte de um policial. Mas está controlado e acreditamos que seja um júri para três dias em virtude da quantidade de testemunhas. O importante é que o júri ocorra de forma ordenada e estamos aqui para realizar esta orientação a todos os familiares e demais pessoas presentes”, declarou o sargento.
Para o início dos trabalhos, o oficial de justiça Waltencir Moreira explica que inicialmente é sorteado o Conselho de Sentença, composto por sete jurados, que neste caso de Tangará está composto por 4 homens e 3 mulheres sorteados nesta manhã. Em seguida foram abertos os trabalhos para ouvir as 21 testemunhas, o que não deverá acabar nesta segunda-feira. Depois serão feitos os interrogatórios dos réus e o debate entre os representantes de acusação e defesa. Devido a quantidade de testemunhas a serem ouvidas, o julgamento deverá se estender até a terça (29) ou quarta-feira (30). Quem preside o júri é o magistrado Dr. Flávio Luis Dell’Antônio.
Os réus, Angelica Pedroso Davila, Aldair Henrique de Souza Dalabrida, Pedro Paulo Camargo Silva, Daniel Ribeiro Galvão, Deivid Roberto Andrade, Diuli Carine de Moraes, Jonathan Henrique Veiga Ribeiro e Ricardo da Costa, enfrentam acusações de homicídio com quatro qualificadoras.
Segundo o Ministério Público, o crime ocorreu por motivo fútil, com meio cruel, contra um policial e sem chance de defesa para a vítima.
Relembre o caso
O crime aconteceu na noite de 3 de dezembro de 2022, em frente a uma boate localizada no Centro da cidade. Os réus envolveram-se em uma briga generalizada após serem expulsos do estabelecimento. Burzanello estava de folga, mas identificou-se como policial militar para tentar acalmar os ânimos e acabou virando alvo.
Ele foi agredido com socos, chutes, pedras e garrafas de vidro em diversas partes do corpo, principalmente na cabeça. Os agressores tentaram tomar dele o revólver, e um projétil acabou atingindo sua perna esquerda, provocando uma grande perda de sangue.
O policial foi levado às pressas para o Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba, a 40 quilômetros do local do crime. Chegou a receber atendimento, mas não resistiu e morreu, deixando a esposa e três filhos.
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