As fortes chuvas que atingiram Santa Catarina entre quinta (16) e sexta-feira (17) provocaram sérios danos em diversas regiões, deixando mais de 1.000 pessoas desabrigadas e 1.300 desalojadas. De acordo com meteorologistas, o fenômeno que atingiu o estado foi resultado da combinação da circulação marítima com um sistema de baixa pressão.
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A circulação marítima é comum no verão, quando ventos úmidos vindos do oceano encontram as áreas de relevo, favorecendo a formação de precipitações.
Esse cenário foi agravado por um sistema de baixa pressão, que atua como um “aspirador”, puxando a umidade para a atmosfera e formando nuvens carregadas.
Isso gerou pancadas de chuva fortes, trovoadas e até possibilidade de granizo.
Biguaçu registrou 404 mm de chuva
A cidade de Biguaçu foi a mais atingida, com um acumulado de 404 mm de chuva em apenas dois dias.
O volume registrado é mais do que o triplo do que seria esperado para a cidade em todo o mês de janeiro (entre 170 a 250 mm).
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Outras cidades como Florianópolis, Tijucas e São José também sofreram com chuvas intensas, que ultrapassaram 300 mm. Como resultado, essas cidades declararam estado de emergência.
Previsões meteorológicas e falhas nos modelos
A intensidade da chuva surpreendeu até os meteorologistas. Segundo o secretário de Defesa Civil, Fabiano de Souza, os modelos meteorológicos existentes não previam volumes de chuva tão elevados.
“Todos os modelos utilizados indicavam circulação marítima entre 50 e 70 mm”, explicou.
O meteorologista Mário Quadro, do IFSC, afirmou que, apesar dos avanços tecnológicos, a previsão de fenômenos tão intensos ainda apresenta desafios devido à complexidade dos fenômenos atmosféricos.
Tecnologia para melhorar as previsões
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) adquiriu um mini supercomputador que ajudará a melhorar as previsões meteorológicas no estado.
A máquina, que deve chegar em fevereiro, permitirá a execução de modelos mais completos e precisos.
No entanto, meteorologistas como Gilsânia Cruz, da Epagri/Ciram, alertam que nem mesmo com a tecnologia avançada seria possível prever chuvas tão intensas em tão curto período de tempo.
Alagamentos e deslizamentos
As chuvas causaram alagamentos em várias áreas, além de deslizamentos de terra e interdição de rodovias. O caos no trânsito afetou a mobilidade e gerou prejuízos significativos.
Em Governador Celso Ramos, um pescador morreu ao verificar sua embarcação, e em Florianópolis, duas mulheres ficaram feridas após o desabamento de um muro.
Resposta das autoridades
O governo estadual está em alerta e mobilizando equipes de resgate.
Mais de 2.300 pessoas foram afetadas, com as autoridades garantindo apoio à população atingida.
A Defesa Civil segue monitorando a situação, e um boletim emitido na sexta-feira (17) alertou para a continuidade das fortes chuvas em outras áreas.
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