A mulher encontrada em cárcere privado na cidade de Videira e resgatada pelos agentes da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) da Polícia Civil, vivia em situação precária de acordo com a Polícia Civil. A história ganhou mais detalhes sobre como estava vivendo a vítima.
A psicóloga da Dpcami de Videira, Claudiana da Silva, explica que a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima de que uma mulher estaria sendo mantida em cárcere privado no bairro da Pedreirinha. Em um primeiro momento da investigação os agentes realmente comprovaram que a porta ficava fechada por um cadeado pelo lado de fora. Com isso, foi solicitado um mandado de busca na residência, que foi cumprido no dia 21 de setembro.
“Ao chegar no local nós encontramos uma mulher de 38 anos em situação de extrema precariedade, vulnerabilidade, com vários animaizinhos na residência. O banheiro ficava na área externa e tinha muitas situações de higiene que não era possível fazer, tanto dos animais que estavam no local quanto da mulher. Ela estava sem se alimentar pelo menos um dia ou dois, estava sem banho pelo menos há um mês, um mês e meio”, comenta a psicóloga.
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Diante da situação, foi realiza uma intervenção para a retirada da mulher, visto o cenário que foi encontrado, inclusive com a presença da Polícia Científica, que fotografou e fez um laudo sobre o local onde a vítima se encontrava.
“Fizemos essa intervenção, retiramos a mulher do local e solicitamos apoio do CREAS, que é o Centro Especializado de Assistência Social do município, onde juntamente com os policiais também providenciamos cuidados mínimos de higiene para essa mulher e de alimentação”, ressalta Claudiana.
Ainda conforme a psicóloga, após a vítima estar de forma estável, ela foi levada até a Delegacia para alguns esclarecimentos e foi percebido durante seu discurso, que possuía algum atraso cognitivo, pois não visualizava que aquela era uma situação de crime, e que para ela estava normal viver daquela forma.
Foi solicitado então um parecer médico e a mulher foi entregue aos profissionais do CREAS para que providenciassem acompanhamento familiar. Ela foi deixada aos cuidados de uma pessoa de seu vínculo familiar para garantir sua proteção pois foi considerado que naquelas condições não era possível permanecer.
“Reforçamos mais uma vez que nós só pudemos fazer essa intervenção e esse trabalho, devido a ajuda da comunidade que visualizou o fato e denunciou. Estamos a disposição da comunidade e sempre que alguém visualizar uma situação de violação de direitos, nos comuniquem”, finaliza Claudiana.
O acusado
O acusado de manter a mulher em cárcere privado e na situação degradante de higiene e alimentação, está respondendo em liberdade. Ele não estava no local no momento da abordagem.
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