A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, na manhã desta quinta-feira (28), a Operação Alcatrão, que investiga possíveis fraudes em licitações de obras públicas em Lebon Régis, no Meio-Oeste catarinense. O alvo principal da operação é um ex-prefeito do município, suspeito de integrar um esquema criminoso que teria fraudado pelo menos quatro processos de licitação voltados à pavimentação asfáltica.
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A ação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades: Lebon Régis, Caçador, Herval d’Oeste e Pouso Redondo.
Durante a operação, os agentes bloquearam cerca de R$ 7 milhões em contas bancárias e bens imóveis. Além disso, nove veículos foram indisponibilizados, totalizando aproximadamente R$ 1 milhão em valor estimado.
Segundo a delegada Patrícia Cristina Fronza Vieira, os investigadores identificaram fortes indícios de direcionamento e fracionamento indevido de licitações, com o objetivo de favorecer uma empresa sediada em Pouso Redondo.
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Também foram detectadas movimentações financeiras consideradas suspeitas, envolvendo pessoas físicas e jurídicas ligadas à família do ex-prefeito.
A apuração revelou que os contratos diretamente ligados à investigação somam R$ 7 milhões. No entanto, de acordo com o Portal da Transparência, entre os anos de 2016 e 2024, período em que o investigado esteve no cargo, a empresa beneficiada firmou contratos que somam R$ 30 milhões com o município.
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais recolheram documentos e equipamentos eletrônicos, que agora serão analisados minuciosamente. A Polícia Civil destacou que este material é essencial para aprofundar as investigações e esclarecer todos os detalhes do suposto esquema.
Operação Alcatrão
O nome da operação, “Alcatrão”, faz referência direta ao material utilizado na pavimentação asfáltica, simbolizando o foco da investigação em possíveis fraudes e corrupção em obras públicas.
Nota da Prefeitura de Lebom Régis
Em nota oficial, o atual prefeito de Lebon Régis, Marcelo Spautz, esclareceu que os documentos apreendidos pertencem a licitações realizadas por administrações anteriores.
“Trata-se de um procedimento de investigação conduzido pelos órgãos competentes”, afirmou o gestor.
As investigações continuam, e os próximos desdobramentos devem trazer novas informações sobre o suposto esquema que envolve verbas públicas e contratos milionários no setor de infraestrutura.