A Polícia Civil paulista localizou na sexta‑feira (10), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, uma fábrica clandestina suspeita de produzir bebidas adulteradas que causaram mortes por intoxicação com metanol. Segundo investigações, os fabricantes ilegais adquiriam etanol em postos de combustível, e misturavam esse etanol com metanol, substância tóxica, para preparar bebidas como vodka.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
A descoberta ocorreu durante apurações sobre adulteração de bebidas alcoólicas, motivadas pelos primeiros óbitos registrados na capital paulista.
As vítimas haviam consumido vodka em um estabelecimento na Zona Leste de São Paulo.
Durante operação com mandados de busca e apreensão, a polícia identificou a fábrica ilegal e prendeu em flagrante a proprietária, que admitiu ter comprado garrafas de uma distribuidora não autorizada.
A acusada responderá por falsificação, corrupção e por transformar substâncias alimentícias nocivas à saúde. As penas previstas variam entre 4 e 8 anos de reclusão e multa.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o etanol adulterado continha mais de 40% de metanol. Ele também sugeriu que os falsificadores possam ter se aproveitado de esquema criminoso para adquirir o metanol.

Mais de 240 casos suspeitos em todo Brasil
No Brasil, já foram notificadas 246 intoxicações por metanol, com 29 casos confirmados, informa o Ministério da Saúde. São Paulo investiga 160 notificações, o que representa 73,7% dos casos nacionais.
No estado paulista, foram confirmadas 25 intoxicações e 5 óbitos, com outras 12 mortes sob investigação em estados como Ceará, Pernambuco e Minas Gerais.
A Polícia Civil acredita que parte do metanol usado nas misturas das bebidas foi comprada em um único posto de gasolina.
A operação em São Bernardo é considerada estratégia central para identificar toda a cadeia de distribuição e adulteração.
