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Quadrilha do falso advogado é presa após golpes em SC

Quadrilha do falso advogado é presa após golpes em SC

Fotos: Polícia Civil e Portal RBV

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (11), a operação Alvará Fantasma, que resultou na prisão de sete suspeitos de integrar uma quadrilha responsável por aplicar o golpe do falso advogado em pelo menos quatro vítimas de Santa Catarina.

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As prisões ocorreram nos estados de Mato Grosso do Sul e Piauí. A investigação, iniciada em junho deste ano em Florianópolis, revelou que uma das vítimas catarinenses teve prejuízo de aproximadamente R$ 100 mil. O grupo, sediado em Nova Andradina (MS), já havia aplicado golpes em ao menos outras três pessoas no estado, totalizando prejuízos superiores a R$ 170 mil.

Durante a operação, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária nas cidades de Nova Andradina, Dourados, Campo Grande e Três Lagoas (MS), além de Geminiano (PI).

Os policiais apreenderam o celular utilizado nas fraudes e outros aparelhos dos investigados, que serão periciados para aprofundar as apurações. A Justiça ainda determinou o bloqueio de R$ 300 mil em cada uma das 63 contas bancárias vinculadas aos suspeitos.

O golpe segue crescendo no Brasil e já acumula prejuízos superiores a R$ 2,8 bilhões, segundo destaca o advogado e vice-presidente da OAB/Caçador, Lucas Ferenc. A prática criminosa ocorre há pelo menos três anos e vem se aperfeiçoando com o uso de inteligência artificial, dificultando o reconhecimento das fraudes.

Advogado e vice-presidente da OAB/Caçador, Lucas Ferenc

Ferenc explica que, com 99,9% dos processos tramitando de forma eletrônica, golpistas têm acesso a dados públicos, como nomes, telefones e e-mails. A partir dessas informações, criminosos entram em contato com partes envolvidas em ações judiciais, afirmando que a causa está ganha e que é necessário pagar imposto de renda ou taxas judiciais para liberar valores.

Até metade deste ano, os golpistas se passavam diretamente pelos advogados, utilizando fotos retiradas de redes sociais como WhatsApp, Facebook e Instagram, mas com número de telefone diferente. Agora, porém, a estratégia evoluiu.

“Hoje, os golpistas entram em contato dizendo ser assessores do escritório. Eles chegam a marcar supostas audiências virtuais, afirmam que o caso será resolvido, passam valores, chaves Pix e boletos”, explica Ferenc.

O especialista alerta que esses pagamentos muitas vezes são direcionados a contas de terceiros, que podem até desconhecer o uso criminoso de seus dados. A resolução desses crimes é baixa, pois o rastreamento dos valores costuma ser demorado.

Orientações para evitar o golpe

Ferenc reforça a importância de confirmar a identidade do advogado antes de qualquer pagamento:

Procurar o escritório pessoalmente;

Realizar videochamada com o número oficial do profissional;

Verificar se o telefone utilizado corresponde ao cadastrado no cartão ou documento do advogado;

Atenção para números com DDD alterado, pois criminosos conseguem adquirir chips de qualquer região.

O advogado também alerta que os golpistas já utilizam inteligência artificial para manipular vozes, criando áudios que imitam profissionais reais. “É preciso cautela. Depois que o pagamento é feito, localizar o dinheiro é muito difícil”, ressalta.

A recomendação é redobrar a atenção e buscar contato direto com o advogado responsável, evitando ser vítima de mais um golpe digital em crescente expansão no país.

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