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Como controlar o cancro europeu que atinge a produção de maçã

A doença contamina a planta por meio de feridas causadas pela queda de folhas, poda, e ainda é o mistério para vários produtores rurais

Fonte:
Ascom Cidasc

O cancro europeu, apesar de ser uma das principais doenças que atacam os pomares de maçã no Brasil e no mundo, ainda é um mistério para vários produtores rurais da fruticultura nacional.

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Ciclo

A doença contamina a planta por meio de feridas causadas pela queda de folhas, poda ou qualquer outro tipo de ferida. O espalhamento dos ascósporos acontece no decorrer da primavera através do ar ou então por respingos de água que atingem acúmulos semelhantes a uma massa gelatinosa no ápice do peritécio.

Quando o tempo está com alta umidade, ocorre a estimulação da formação de esporos assexuados nos cancros, que são responsáveis por infectar feridas causadas pela queda de folhas e frutos. Com o intuito da infecção não ocorrer, é preciso cerca de 6 horas de molhamento e temperaturas entre 14°C e 15°C. O período de incubação é variável, pode ser poucos dias durante o outono e a primavera e até semanas no inverno.

Pelo motivo da penetração do córtex ser lenta, na primavera o fungo chega a atingir a madeira; e altas temperaturas acabam sendo desfavoráveis ao desenvolvimento da doença, pois neste período as plantas produzem tecido sadio ao redor de suas lesões.

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Sintomas

Os sintomas iniciais são apresentados ao longo da primavera. A manchas com margens bem definidas de coloração avermelhada ou marrom-escuro podem ser vista ao redor das cicatrizes foliares, ramos novos ou centros de frutificação, podendo estrangular os ramos afetados.

Com o avanço da doença, surgem cancros com áreas concêntricas alternadas de tecidos doentes e sadios ao redor de um centro deprimido que ocorrem nos caules e troncos.

Sucedendo o rompimento da casca próximo as lesões, os frutos podem apresentar podridão firme de cor marrom-escuro principalmente na região do cálice.

Controle

Para a definição de uma estratégia de controle da doença, é preciso “mapear” todas as práticas e levar em consideração a disponibilidade de ferimentos ao longo do tempo. Os ferimentos de colheita têm contribuído para o desdobramento da doença, desta forma, é importante a aplicação de fungicidas logo após essa prática, antes da ocorrência de uma chuva.

Os ferimentos de poda é uma etapa muito importante no progresso da doença, assim recomenda-se a aplicação de fungicidas em pastas com tinta ou cola para proteção dos cortes de poda. A desocupação de cancros deve ser efetuada diversas vezes no ano e sempre que houver tempo ensolarado. Ela é fundamental e essencial para diminuir a quantidade de esporos no pomar e assim permitir que as demais práticas de controle sejam mais efetivas.

Durante o outono presenciamos há queda de folhas e então temos esse tipo de ferimento. Neste momento recomenda-se a aplicação de fungicidas nos estádios de 10%, 50% e 90% de queda das folhas, recorrendo a diferentes produtos com ação protetora.

O controle da doença baseia-se na prevenção da entrada do patógeno em novas áreas, na extração das partes doentes (poda) e pela proteção de ferimentos por meio de fungicidas. O encadeamento da doença em algumas situações parece lento, mas para combatê-la é preciso muita persistência, pois as infecções sem sintomas são muito constantes.

Cancro europeu no Brasil

No Brasil a praga quarentenária está presente, principalmente, nas plantações dos Estados de Santa Catarina-SC, Rio Grande do Sul-RS e Paraná-PR, que são responsáveis por cerca de 90% da produção de macieiras do país.

Diferencial Catarinense

A Cidasc realiza um importante serviço para apoiar o produtor rural na produção de maçãs e garantir a sanidade vegetal. Nesse sentido, que Santa Catarina faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella. A praga, também conhecida como traça da maçã, pode causar grandes prejuízos a cadeia produtiva da maçã e está longe do território catarinense desde 2014.

Controle, prevenção e erradicação

Atualmente os profissionais da Cidasc estão empenhados em erradicar mais uma praga dos pomares catarinense, o cancro europeu das pomáceas. Eles realizam o monitoramento da praga nos pomares comerciais e viveiros de mudas de macieira no estado de Santa Catarina. O cancro é causado pelo fungo Neonectria ditissima, que afeta as partes lenhosas das plantas e causa podridão de frutos. A praga é considerada quarentenária presente no Brasil, tendo critérios e procedimentos para a sua contenção estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

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