A Havan, gigante do varejo catarinense, adotou uma nova estratégia para combater furtos em suas lojas: a exposição pública dos rostos dos suspeitos nas redes sociais. A empresa compartilha vídeos e imagens de pessoas que cometem furtos e tentam aplicar golpes durante as compras, gerando controvérsia sobre os limites legais e éticos dessa prática.
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A estratégia da Havan ganhou destaque após um vídeo viral com mais de 13 milhões de visualizações, onde a empresa promete que “quem roubar na Havan vai ficar famoso”.
A varejista promete divulgar novos vídeos todos os meses, mostrando os casos nas diversas unidades da empresa espalhadas pelo Brasil.
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Nos comentários, internautas manifestam apoio e seguem o perfil da empresa para acompanhar novas publicações.
A Havan, que possui quase 177 lojas em todo o Brasil, utiliza um sistema de monitoramento com reconhecimento facial para identificar suspeitos.
A empresa afirma que a exposição dos rostos é uma medida para desencorajar furtos, mas a prática tem gerado debates sobre sua legalidade.
Especialistas Alertam para Riscos Legais
Em entrevista para o portal ND Mais, Bruno Schimitt Morassutti, advogado e mestre em direito, alerta que a divulgação de imagens privadas precisa de tratamento específico.
Segundo ele, a exposição pública sem autorização pode violar direitos, embora não haja normas claras sobre o assunto. “Embora não haja proibição explícita, a prática pode ser questionada judicialmente”, afirma.
Eugênio Corassa, especialista em direito digital, destaca que a exposição pode levar a processos por danos morais e promover linchamento virtual.
“A liberdade de expressão não é absoluta e deve ser exercida com responsabilidade”, afirma.
Ele também alerta para a violação de direitos de crianças e adolescentes, como no caso de um vídeo que mostrou uma mulher com uma criança em uma situação de furto.
Posicionamento da Havan
A Havan justificou a medida, afirmando que o aumento de furtos pós-pandemia motivou a decisão.
A empresa alega que, apesar das medidas tradicionais de segurança, a exposição pública é uma forma eficaz de inibir crimes.
“Queremos que as pessoas saibam que não ficarão impunes e que o que estão fazendo é crime”, declarou Luciano Hang, dono da Havan.
Nota da Havan
Depois da pandemia, a Havan percebeu um aumento significativo de casos de furtos nas lojas, mesmo contando com um sistema de monitoramento 24 horas por dia e uma tecnologia de última geração para identificação de suspeitos e criminosos.
Sempre após a constatação do crime, a Havan toma todas as devidas providências, como acionamento da Polícia Militar para abordagem dos suspeitos e registro do boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil. Entretanto, somente com essas ações não estava sendo o suficiente para a redução dos crimes
‘Por isso, decidimos que vamos expor, mensalmente, em nossas redes sociais, os criminosos que forem flagrados furtando na Havan. A única forma de inibir é a vergonha. Temos notado que, mesmo essas pessoas sendo processadas na justiça, os casos continuam se multiplicando. Isso tem que acabar. As pessoas precisam saber que não ficarão impunes, que o que estão fazendo é crime e serão responsabilizadas por isso’, informa o dono da Havan, Luciano Hang”.
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