O município de Tangará, localizado na região Meio-Oeste de Santa Catarina, completou nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, 76 anos de emancipação político-administrativa.
Para marcar a data, o Portal RBV produziu uma reportagem especial com o resgate histórico e depoimentos de moradores Tadeu Oneda e Celso Panceri, e do prefeito Aldair Biasiolo.
Apesar das mais de sete décadas e meia como município emancipado, para contar a história de Tangará é preciso voltar no tempo, e falar dos primórdios do século XX, quando a Ferrovia do Contestado cortava as terras férteis dessa região.
Foi nessa época que os primeiros imigrantes, de origem portuguesa, chegaram com a construção da estrada de ferro. Até então, apenas poucos índios e caboclos habitavam o local.
A linha férrea margeou o Rio do Peixe e em setembro de 1910 foi inaugurada a “Estação Rio Bonito”, no km 743, a fim de dar apoio logístico, recebendo essa denominação pela tradição de batizar as paradas com o nome do rio mais próximo, no caso um afluente do Rio do Peixe. Desta forma, a localidade foi denominada como Rio Bonito.
Os primeiros imigrantes foram José Antônio Leitão, português de Lisboa, que chegou à localidade com aproximadamente 41 anos, junto com seus 4 filhos. Instalou em Rio Bonito uma sapataria, um empório e uma loja de tecidos. Construiu casas para sua família e empregados e instalou a primeira agência de correios.
José Thomas da Igreja, também português e comerciante, veio a convite de José Antônio Leitão, instalou a primeira casa comercial de Rio Bonito junto aos trilhos onde por muitos anos foi a Cantina Casa Grande.
A partir de 1918, começaram a chegar os italianos e alemães, que iniciaram a colonização de Rio Bonito, trazendo consigo suas tradições, culturas e técnicas agrícolas.
Uma curiosidade é que os migrantes de origem italiana colonizaram as terras da margem esquerda do Rio do Peixe, até Sede Dona Alice, enquanto na margem direita se instalaram os colonos de origem alemã.
A mudança de nome para Tangará é outro momento da história que vale registro. Foi em 1949, um ao depois da emancipação como município de Rio Bonito.
Segundo contam os mais antigos, o nome Tangará faz alusão a uma espécie de pássaro, que tem cores fortes e personalidade alegre, e assim eram tidos os habitantes do local, de alegria contagiante.
Com o passar dos anos, Tangará cresceu como município, marcando o início de uma jornada de independência e evolução. A economia local prosperou com a agricultura diversificada, indústrias emergentes e um espírito empreendedor que definiu o destino desta cidade.
Hoje, Tangará é um destino turístico em ascensão, oferecendo aos visitantes uma experiência única de imersão na natureza e na cultura local. Desde o voo livre, com o tradicional Morro Agudo um dos principais locais de salto para os praticantes da modalidade, passando enoturismo com as vinícolas elevam o nome do município Brasil e mundo afora.
Parabéns Tangará, capital Catarinense do Voo Livre e maior produtor de uva de Santa Catarina, terra dos bons vinhos, mas acima de tudo, terra de gente trabalhadora, que busca o progresso sem deixar de preservar suas origens.
Que venham novos capítulos em sua história, mas sem jamais esquecer as páginas que o trouxeram até aqui.