O hospital Albert Einstein, em São Paulo, recebeu neste domingo (27), um coração para transplante e, com isso, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, foi operado.
O hospital informou, em boletim médico, que foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.
De acordo com o boletim, a cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de duas horas e 30 minutos.
Segundo os médicos responsáveis, a cirurgia foi realizada com sucesso e Faustão permanecerá na UTI, pois “as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”.
Espera por doação
Uma média estimada pelo HCor, hospital em São Paulo referência no tratamento de doenças do coração, aponta que a espera para casos mais graves de insuficiência cardíaca pode demorar de dois a três meses por um coração. Quando o risco é menor, o tempo de espera pode chegar a 18 meses.
Segundo o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel, no caso do transplante de coração, existem duas filas de espera: uma fila regular, de pacientes estáveis, que não estão dependentes de medicamentos e que não precisam ficar internados de forma contínua no hospital; e uma fila de prioridade.
Nesta, os pacientes apresentam piora progressiva da função cardíaca, atingindo fração de ejeção abaixo de 30%, dependência de medicamentos para suporte da pressão arterial, dependência de dispositivos mecânicos para auxiliar a função cardíaca e sinais de falência de outros órgãos, como uma insuficiência renal que necessita de hemodiálise.
Em boletim médico divulgado anteriormente, a equipe do hospital Albert Einstein detalhou um quadro de prioridade de Faustão para o procedimento. O apresentador estava sob cuidados intensivos, fazendo uso de medicamentos para auxílio na força de bombeamento do coração.
Ele também estava sendo submetido a diálise, processo artificial para remover os resíduos e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não estão funcionando adequadamente.
“Nesta fila de prioridade, a chance do transplante acontecer mais rapidamente é realmente concreta, visto que os corações oferecidos em doação serão primeiramente direcionados para pacientes em estado mais grave. De qualquer forma, mesmo em prioridade, existe a necessidade de um mínimo de compatibilidade entre doador e receptor, quanto aos aspectos de biotipo físico e algumas provas imunológicas”, explicou Gabriel.