Santa Catarina tem 140 pessoas consideradas “super gênios”, ou seja, com altas habilidades intelectuais. A informação é da Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas com altas capacidades no país. A estimativa é que mais de 25% delas sejam crianças e adolescentes.
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Em todo o Brasil, são 3,5 mil pessoas com alto QI, das quais mil são crianças e adolescentes. A associação, no entanto, acredita que ainda possam haver mais “super gênios” pelo país.
“Identificar pessoas com inteligência alta é ferramenta fundamental para ajudar o Brasil a desenvolver políticas públicas de superdotação e altas habilidades, que hoje não alcançam a população a ser atendida. Se até 11% da população é superdotada e menos de 27 mil têm atendimento na educação escolar, por exemplo, significa que o Brasil falha em identificá-los” considera Carlos Eduardo Fonseca, presidente da Mensa Brasil.
Veja os 10 estados com mais “super gênios”
- São Paulo – 1552
- Rio de Janeiro – 376
- Minas Gerais – 284
- Paraná – 268
- Distrito Federal – 211
- Rio Grande do Sul – 152
- Santa Catarina – 140
- Bahia – 111
- Goiás – 49
- Espírito Santo – 43
Quais as características da superdotação
O conceito da superdotação é polêmico. De modo geral, conforme o Ministério da Educação e Cultura (MEC), a superdotação se caracteriza pelo alto potencial de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas.
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Por não existir um conceito fixo, é preciso fazer uma série de testes. Para se associar à Mensa Brasil, por exemplo, é preciso fazer um teste. Ele é coletivo, aplicado presencialmente, mas o formato é segredo. A associação busca quem faça parte dos 2% da população com QI mais alto.
A entidade coordena, representa e mobiliza os associados com foco em três objetivos principais: identificar e promover a inteligência humana em benefício da humanidade; estimular pesquisas sobre a natureza, características e usos da inteligência; e prover um ambiente intelectual e socialmente estimulante.
SC tem núcleo especializado em crianças com superdotação
Desde 2017, Santa Catarina é considerada referência nacional pelo Ministério da Educação na área de Altas Habilidades/Superdotação. Alunos em idade escolar com indicativos de Altas Habilidades/Superdotação no Estado estão incluídos no público-alvo da educação especial e têm direito a atendimento educacional especializado.
O objetivo é minimizar as diferenças de estilo e ritmo de aprendizagem. Segundo a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), alunos superdotados não encaminhados adequadamente enfrentam dificuldades na aprendizagem e emocionais.
O trabalho é promovido pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) da FCEE, ajudando a identificar e atender melhor estes alunos. Atualmente, cerca de 650 estudantes de escolas estaduais em 38 polos regionais em todas as regiões do Estado são atendidos pelo núcleo.
“O processo de identificação dos estudantes com altas habilidades/superdotação na FCEE tem várias frentes. Recebemos crianças indicadas pelos testes de QI, no qual o psicólogo faz uma bateria de testes e observa um QI alto em alguma área e encaminha para fazermos o processo de investigação e avaliação. Temos também os casos que são encaminhados pelas escolas, nos quais os professores percebem algum destaque ou maturidade acadêmica, e orientam as famílias a entrarem em contato conosco com o parecer pedagógico da escola para iniciarmos o processo de investigação e avaliação” explica Sandra Duarte Hotterbach, coordenadora do NAAH/S.
A atuação tem ainda uma terceira frente, quando a família identifica comportamentos na criança e entra em contato, solicitando avaliação. Auto-indicações (dos próprios alunos) também podem ocorrer, ou quando colegas identificam altas habilidades.
“Outro ponto forte é esse nosso trabalho de busca intencional, onde aplicamos alguns protocolos nas escolas da rede estadual selecionadas. Além dos torneios e olimpíadas de conhecimento e feiras de ciências, que são grandes oportunidades que temos para identificar alunos com potencial que estão na rede regular de ensino.”