Nas redes sociais, jogadoras do Avaí/Kindermann manifestaram-se de forma contundente nesta semana, afirmando que podem não entrar em campo no sábado (25), na decisão do Campeonato Catarinense Feminino, em Caçador, contra o Criciúma.
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O motivo é a falta de pagamento de salários e condições básicas de trabalho, situação que, segundo as atletas, já se arrasta há meses. Elas relatam quatro meses sem salário, dificuldades de alimentação e ausência de materiais de higiene pessoal.
De acordo com o depoimento divulgado pelas jogadoras, os salários de abril e maio foram pagos de forma parcelada, e desde julho nenhum pagamento foi realizado. Mesmo assim, a equipe disputou todos os nove jogos do Estadual, chegando à final sem qualquer remuneração.
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O texto publicado também denuncia a falta de suporte médico: duas atletas com lesões graves no joelho (rompimento de ligamento cruzado anterior) ainda não teriam passado por cirurgia reparadora.
Nas palavras das jogadoras: “Respeitem as mulheres! Desde julho não há pagamento de salário. O básico está faltando”.
Enquanto o grupo cobra providências, o clube Avaí tenta buscar uma solução emergencial para evitar o W.O. na decisão. Contudo, segundo relatos, a confiança na diretoria é mínima, especialmente na gestão da presidência.
Treinadora defende elenco
A treinadora do Avaí/Kindermann, Carine Bosetti, declara que desde o início da temporada houve atrasos salariais e prazos que não foram cumpridos. Mesmo assim, a equipe possui a melhor campanha no estadual feminino e está na final. Vale lembrar que os atrasos salariais também atingem a comissão técnica.
Carine explica a decisão das atletas. “As meninas se reuniram e comunicaram ao clube que, se até sexta-feira não houver pagamento de pelo menos dois salários, elas não jogarão. Se o pagamento for feito, elas entram em campo e farão bonito, mas caso contrário, não haverá jogo. Essa decisão está mantida”, afirmou.
A treinadora destacou ainda que as atletas e a comissão estão com orientação jurídica e que todos os dirigentes do Avaí, do Kindermann e da associação, já estão cientes da posição do grupo.
“Chegamos a um ponto de desespero. A história do Avaí/Kindermann é muito bonita, mas o problema financeiro do clube acabou refletindo diretamente no futebol feminino. As meninas se dedicaram todos os dias, treinando faça chuva ou sol, mesmo sem o básico. Em alguns momentos, não havia nem produtos de higiene pessoal. Isso ultrapassa o limite do profissional, chega a ser desumano”, lamenta.
Por fim, a Carine reforçou o desejo de jogar, mas alertou que as condições atuais impedem isso. “Todas querem estar em campo, mas do jeito que está hoje, não há condições humanas. Só queremos o que é justo: o cumprimento dos acordos e o respeito pelo trabalho de quem veste essa camisa todos os dias”.
Avaí se pronuncia
Conforme a nota do Avaí, a responsabilidade do futebol feminino é da Diretoria da AEK, que contrata jogadoras, comissão técnica, e demais gastos relacionados à manutenção da gestão de pagamentos e governança da equipe.
“Ao Avaí Futebol Clube compete como parceiro, auxiliar com um pagamento mensal conforme contrato que, para o ano de 2025 projetou-se gastar R$ 800.000,00 com a equipe feminina. Entretanto, até a presente data, sensível aos desafios enfrentados pela AEK na manutenção da equipe, o Avaí Futebol Clube já realizou um total de R$ 1.068.165,94 em repasses à Associação Esportiva Kindermann, ou seja, aproximadamente 25% a mais do que havia sido autorizado em orçamento”, diz a nota.
Confira a nota:
Sobre a situação das atletas do Avaí Kindermann, gostaríamos de esclarecer que a gestão do Futebol Feminino Avaí/Associação Esportiva Kindermann (AEK) é de TOTAL responsabilidade da Diretoria da AEK, que contrata jogadoras, comissão técnica, e demais gastos relacionados à manutenção da gestão de pagamentos e governança da equipe. Ao Avaí Futebol Clube compete como parceiro, auxiliar com um pagamento mensal conforme contrato que, para o ano de 2025 projetou-se gastar R$ 800.000,00 com a equipe feminina. Entretanto, até a presente data, sensível aos desafios enfrentados pela AEK na manutenção da equipe, o Avaí Futebol Clube já realizou um total de R$ 1.068.165,94 em repasses à Associação Esportiva Kindermann, ou seja, aproximadamente 25% a mais do que havia sido autorizado em orçamento.
Mesmo assim, a Diretoria Executiva do Avaí Futebol Clube, entendendo a importância do futebol feminino, segue buscando recursos adicionais para que os compromissos assumidos sejam honrados o mais breve possível.
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