Aluno recebe cadeira motorizada e ganha autonomia na escola. Cauã Schwartz Felipe, de 13 anos, nasceu com algumas limitações físicas e não anda. Mesmo assim, leva a vida com leveza e bom humor, especialmente quando está na Escola Dante Mosconi.
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Nos últimos dias, sua rotina ganhou um novo ritmo. O adolescente recebeu uma cadeira de rodas motorizada do Rotary Clube de Caçador, um equipamento que, segundo o presidente da entidade, Izídio Kovalski, representa muito mais do que mobilidade.
“Ele era carregado pelo próprio pai para um lado e para outro para se locomover. Da mesma forma, se arrastava no chão e a paixão dele era jogar bola e ganhar uma cadeira de rodas motorizada. Então, a gente fez essa campanha: Rotary Clube Caçador, a Loja 15 de Novembro e empresários de Caçador. A gente conseguiu esta semana entregar a cadeira motorizada e estamos muito felizes pelo fato ter acontecido”, contou Kovalski.
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A cadeira, que custou cerca de R$ 4.000, já promoveu uma mudança imediata na vida do adolescente. Além de circular sozinho pela escola, Cauã passou a receber fisioterapia em casa duas vezes por semana, ampliando ainda mais sua autonomia.
“Tinha uma cadeira para empurrar. Eu tinha em casa, mas eu tô feliz por ganhar essa cadeira aqui. Ajudou muito, quem me deu essa cadeira”, disse o jovem, emocionado.
A diretora da Escola Dante Mosconi, Angela Colussi, relata como a nova liberdade de locomoção transformou o comportamento do aluno. “Dá aquela sensação de que está livre, ele tem tempo e liberdade para fazer o que quer. Tanto é que um dia não quis fazer o lanche, quis desbravar o espaço. Até então era limitado para ele, porque dependia sempre de alguém para conduzi-lo. Ontem ele não fez a refeição, quis ir para a quadrinha, para frente, para trás, de ré… como se não tivesse limites.”
Para a rotariana Ruth Goulart, a doação impactou não apenas a vida de Cauã, mas também de toda a comunidade escolar. Segundo ela, a história do adolescente despertou empatia e mobilizou estudantes e professores.
“Fizemos todo um trabalho de empatia, para que todos compreendessem que ele não é diferente. Ele é um igual que tem necessidades diferentes. Trouxeram cadeiras de rodas para as crianças jogarem bola em cadeira de rodas para sentir como é para o Cauã. O acolhimento foi muito bonito. Palestras, trabalhos do primeiro ao nono ano, recolhendo tampinhas para comprar a cadeira. Após sentirem a sororidade do que é estar nessa situação, a escola nos deu um exemplo de que inclusão não é só matricular. Inclusão é equidade, é direito de participar de tudo e com todos”, declara a rotariana.
Ruth destaca ainda que o próprio aluno ensinou uma grande lição ao longo desse processo.
“Ele nos ensinou que a empatia, o amor, o companheirismo, o respeito funcionam, são lindos, fazem bem e trouxeram felicidades para tanta gente. No dia que entregamos a cadeira a ele, a escola inteira aplaudia e gritava o nome do Cauã”.
Para o adolescente, a cadeira motorizada representa liberdade. Para quem acompanha sua trajetória, simboliza esperança em movimento.
Kauan resumiu toda esta história com poucas palavras. “Eu tô muito feliz. Muito obrigado”.

