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Microchip cerebral para tratamento de TOC é implantado em SC

Cirurgia usa a técnica de estimulação cerebral profunda e é aplicada em outras doenças, como epilepsia, Parkinson, depressão e transtorno de agressividade

Fonte:
NSC

No fim do ano passado, o Hospital SOS Cárdio, de Florianópolis, realizou pela primeira vez uma cirurgia para tratar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) por meio do implante de um microchip cerebral. O procedimento é indicado para pacientes que não respondem a tratamentos conservadores, como o feito com medicações, psicoterapia e eletroconvulsoterapia.

A cirurgia usa a técnica de estimulação cerebral profunda (em inglês, Deep Brain Stimulation, ou DBS) e funciona por estereotaxia, ferramenta que permite guiar o microchip (também chamado de eletrodo) até o alvo através de coordenadas, como se fosse um GPS. O foco é o giro do cíngulo, área que se encontra nos dois hemisférios cerebrais e, portanto, ajuda na modulação das emoções e pensamentos.

— O chip é um fiozinho conectado numa bateria, igual marca-passo, colocada no torax do paciente. A partir dali a gente consegue “programar” os neurônios disfuncionais. O chip manda energia e cria um campo elétrico. Esse campo vai gerar o ajuste da disfunção elétrica que está causando o problema — explica o neurocirurgião Wuilker Knoner Campos.

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A técnica DBS também é usada para tratar outras doenças, como epilepsia, Parkinson, depressão e transtorno de agressividade. Em Santa Catarina, outros procedimentos para essas doenças já haviam sido realizados. O tratamento para TOC, inédito no Estado até então, já foi realizado em São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul.

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O custo para a implantação particular é de R$ 200 mil, usando equipamentos das marcas Medtronic, Boston ou Abbott. De acordo com o doutor Wuilker Knoner Campos, a tecnologia já está disponível nos planos de saúde e pelo SUS, porém para tratar outras doenças. Para problemas psiquiátricos, ainda não há aprovação de rotina. Portanto, nesses casos, o uso precisa sempre passar por uma auditoria do plano ou do SUS.

De acordo com o médico, os resultados da cirurgia aparecem de médio a longo prazo. A melhora aparece entre três e seis meses.

— É como uma cirurgia bariátrica. Vai ter que ter um rearranjo dos circuitos elétricos dos neurônios, em um período de neuroplasticidade — explica.

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