A Câmara Municipal de Tangará recebeu, na noite de segunda-feira (29), uma audiência pública para discutir a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 5 anos. O encontro, que começou às 19h, reuniu cerca de 100 pessoas, sendo a maioria formada por pais contrários à imunização obrigatória.
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A condução do evento ficou a cargo de John Kage, coordenador do Conselho Mundial de Saúde. Ele afirmou que as reuniões organizadas pela entidade buscam questionar a exigência da vacina em crianças, destacando que não se trata de um movimento antivacina. Segundo ele, o Brasil é o único país a adotar a obrigatoriedade para essa faixa etária, considerada de menor risco, e pais têm relatado sentir-se coagidos judicialmente a imunizar seus filhos.
Cage citou ainda que encontros semelhantes já ocorreram em Santa Catarina e no Paraná, com a participação de especialistas de países da Europa, Oceania, Japão, Estados Unidos, Canadá e México.
A advogada Adriana Marra, vice-presidente da Confederação Nacional de Pais de Alunos, também participou da audiência. Ela explicou que a proposta é levar conhecimento às famílias e às autoridades locais, que muitas vezes desconhecem detalhes do tema.
Marra defendeu que cada família possa decidir de forma individual, reforçando que a vacina contra a Covid-19 ainda gera dúvidas e não deveria ser aplicada de forma obrigatória.
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O morador de Pinheiro Preto, João Carlos Severo Furquim, falou em nome dos pais da região. Ele relatou que está sendo processado pelo Ministério Público por não ter vacinado seus dois filhos, de três e cinco anos, e ressaltou que buscou a audiência para ter acesso a informações médicas e jurídicas que possam ajudar na tomada de decisão da comunidade.
Durante a audiência, também foram exibidos vídeos com depoimentos de profissionais da saúde e da deputada federal Júlia Zanatta. Vereadores de Tangará acompanharam o encontro e destacaram a importância de abrir espaço para a discussão no Legislativo, mas optaram por não se posicionar publicamente sobre o tema.
O Ministério Público da comarca de Tangará embora não tenha participado da audiência, colocou-se a disposição dos pais para uma conversa sobre o tema em 21 de outubro às 18h no Fórum. A Secretaria Municipal de Saúde de Tangará estará presente para apresentar o fluxograma e cenário atual de vacinação no Município.
A promotora da Comarca de Tangará, por meio da assessoria de imprensa, declarou: “A vacinação é obrigatória, conforme prevê o Plano Nacional de Imunização, e o papel do Ministério Público é assegurar o cumprimento da Lei.”