A bezerra que nasceu com duas cabeças em Belmonte, no Oeste de Santa Catarina, morreu neste fim de semana, mesmo após receber atendimento especializado. O animal estava internado no Hospital Veterinário da Unoesc, em São Miguel do Oeste, e não resistiu às complicações causadas pela condição rara. A confirmação da morte ocorreu no sábado, dia 27 de setembro.
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A bezerra nasceu com uma má formação congênita incomum chamada diprosopia, também conhecida popularmente como “duas faces”. Essa condição resulta na formação de duas cabeças, consequência de falhas no desenvolvimento embrionário nas primeiras divisões celulares.
De acordo com o biólogo e professor Jackson Preuss, que acompanhou o caso desde o início:
“A diprosopia pode surgir por falhas no desenvolvimento embrionário, especialmente nas primeiras divisões celulares”.
A condição é extremamente rara. Especialistas estimam que ocorra em apenas um a cada 400 milhões de bezerros. A anomalia é causada por uma fusão de crânios, situação que geralmente se relaciona ao processo que originaria gêmeos idênticos.
As causas podem envolver fatores genéticos, ambientais, exposição a toxinas, vírus ou até deficiências nutricionais durante a gestação. Essas influências podem afetar o embrião ainda nas suas fases iniciais, levando a duplicações parciais que resultam em deformidades.
A Unoesc vai utilizar o caso como objeto de estudo acadêmico, dada a raridade da ocorrência. O pesquisador destaca a relevância:
“É um caso que enriquece o ensino. A gente estuda essas más-formações na teoria, mas agora temos um exemplo real para analisar”.
Embora casos semelhantes já tenham sido registrados em outras espécies no estado, a diprosopia continua sendo uma anomalia extremamente incomum na natureza e com pouquíssima chance de sobrevivência.