Em missão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Japão, o ministro Carlos Fávaro se reuniu com os ministros da Agricultura, Florestas e Pesca, Tetsuro Nomura, e da Saúde, Trabalho e Bem Estar, Katsunobu Katō, nesta sexta-feira (28), em Tóquio, para tratar especialmente sobre o protocolo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) para as exportações de produto para o país. O pedido catarinense era a prioridade do ministro na reunião.
Desde a semana passada está suspensa a importação de carne de frango produzida em Santa Catarina por conta de um foco registrado em ave de fundo de quintal. O foco já foi controlado e encerrado pela CIDASC. O Brasil segue sendo um dos únicos do mundo a manter o status de livre da IAAP em granjas comerciais conforme o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
“Nesta missão fizemos as tratativas diplomáticas e técnico-sanitárias e estabelecemos, então, um ajuste no protocolo para que essa restrição passe a ser em âmbito municipal”, destacou o ministro Carlos Fávaro.
Dessa forma, as restrições de exportação dos produtos cárneos de frango e ovos ficam limitadas apenas aos municípios onde houver detecção de focos da gripe aviária e não mais o estado todo. A suspensão dura até o cumprimento do protocolo sanitário para que o mercado seja reaberto. No caso de Santa Catarina, que é o segundo maior exportador de frango do país, o foco em ave de subsistência foi detectado no município de Maracajá, próximo ao litoral e já encerrado.
Prazo para retomada
O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, explica que segundo o protocolo japonês é necessário aguardar um prazo de 28 dias para enviar o relatório para a análise da autoridade sanitária japonesa a fim de que se possa retomar a exportação.
“O que esperamos é que com essa sinalização do governo japonês em concordar com fazer a zonificação e, possamos fazer isso antes desses 28 dias, aí a restrição passaria a ser aplicada somente a Maracajá, liberando as demais localidades de Santa Catarina”, detalhou Goulart.
O secretário ainda ressalta que todas as informações técnicas, por parte do Brasil, já foram encaminhadas para análise do governo japonês. A influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.
“Este vírus que circula pelo mundo há 18 anos não chegou às granjas comerciais brasileiras e não tratamos isso como coincidência. É graças à competência, um sistema ativo, um sistema transversal entre poderes públicos e iniciativa privada que fazem deste setor um setor eficiente, competitivo, transparente, que nos garante os mercados mais exigentes do mundo com preços muito competitivos”, ressaltou Fávaro, destacando que o Brasil é líder nas exportações de frango para o mundo ao responder por 35% do mercado global.