Com o propósito de promover práticas sustentáveis no meio rural, Caçador sediou nos dias 17 e 18 de junho, o Workshop “Inventário de Gases de Efeito Estufa em Propriedades Rurais – Descarbonização”, uma iniciativa do Sebrae/SC por meio do Polo Sebrae Agro. A atividade reuniu especialistas, técnicos e produtores de diversos estados brasileiros, consolidando o município como referência no debate sobre transição ecológica e inovação no campo.
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A formação foi realizada no auditório da ACIC e combinou momentos teóricos com ações práticas em propriedades rurais da região.
O engenheiro ambiental e sanitarista Leonardo Batistel, um dos facilitadores do evento, explicou que o objetivo é realizar um diagnóstico preciso sobre as emissões de gases de efeito estufa nas propriedades, considerando o uso do solo, os sistemas de manejo e os processos produtivos.
“A partir dessa análise, conseguimos propor ações personalizadas que ajudem a reduzir as emissões ou aumentar a capacidade de sequestro de carbono. Cada propriedade tem sua realidade, e a ferramenta nos permite tratá-las de forma única e eficaz”, afirmou.
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O projeto nasceu em Santa Catarina e hoje se expande para todo o país. Dr. Douglas Paranahyba de Abreu, Analista Técnico do Sebrae Goiás e coordenador nacional do Polo Sebrae Agro, relatou que a metodologia foi testada em mais de 200 propriedades nos seis biomas brasileiros, em parceria com agroindústrias e unidades estaduais do Sebrae.
“Nós simplificamos um modelo internacional e adaptamos à realidade do produtor brasileiro. A proposta é democratizar essa agenda verde, especialmente para os pequenos produtores, oferecendo uma ferramenta acessível, prática e estratégica”, pontuou.
Ele ainda classificou a iniciativa como um marco para a agricultura tropical: “É um passo concreto para que a sustentabilidade deixe de ser um discurso e se torne uma gestão integrada da propriedade”.
Caçador foi escolhida como ponto de partida por já ter protagonizado experiências bem-sucedidas em sustentabilidade e agroindustrialização.
O analista do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, lembrou que a regional foi responsável pela tutoria do processo desde o início e que a proposta dialoga diretamente com o projeto de valorização de produtos locais.
“Com o uso da ferramenta e do sistema de apoio, poderemos qualificar as matérias-primas como produzidas em empreendimentos rurais net zero ou descarbonizados. Isso agrega valor aos produtos pela sua origem limpa e atende aos interesses de todas as cadeias produtivas do sistema agroalimentar brasileiro. Assim como já avançamos com o mel da Molimel, queremos expandir essa certificação para outras cadeias produtivas”, destacou.
A iniciativa também tem impacto direto na estratégia de desenvolvimento regional. Para Aloisio Salomon, gerente regional do Sebrae/SC no Meio-Oeste, o momento é decisivo.
“Estamos às vésperas da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), e é urgente inserir o tema da descarbonização na rotina das propriedades rurais. Muitas delas já geram benefícios ambientais e agora terão como comprovar esse valor. Isso fortalece a imagem dos nossos produtos e abre portas para novos mercados”, explicou.
Segundo Salomon, a formação teve forte apelo prático. “Levamos os participantes a campo para mostrar a aplicação da ferramenta e a coleta de dados em tempo real. Foi uma vivência técnica, mas com impacto direto e imediato na realidade das propriedades”, finalizou.
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