Mesmo quem não tem rendimentos em dólar, não investe fora do país ou não negocia em moeda estrangeira poderá sentir, em breve, o impacto da alta recorde do dólar no Brasil. O valor da moeda norte-americana atingiu R$ 6,30 nesta quinta-feira (19), o que representa um aumento significativo no custo de produtos e serviços.
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Apesar de ter fechado o dia em R$ 6,12, uma queda de 2% em relação à máxima histórica, o efeito no bolso do consumidor é iminente.
O economista Edivan Junior Pommerening explica que, embora haja possíveis impactos positivos, como o aumento do turismo e das exportações, os efeitos negativos da desvalorização do real se destacam.
Um dos principais impactos é o aumento dos preços de produtos e insumos importados. As empresas que compram matérias-primas do exterior precisam adquirir dólares para fazer esses pagamentos.
Com a alta do dólar, o custo dessas importações sobe, o que acaba sendo repassado aos consumidores, refletindo no aumento do preço final das mercadorias.
Combustíveis e transporte
Outro setor que sofre diretamente com a alta do dólar é o de combustíveis.
O Brasil importa grande parte do petróleo e derivados, cujos preços são cotados em dólar. Quando a moeda norte-americana sobe, o custo do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis, também aumenta.
Isso tem um efeito cascata, impactando não só o valor de gasolina e diesel, mas também o preço do transporte.
As viagens com carro de aplicativo ficam mais caras, e até o custo das passagens de ônibus pode sofrer ajustes.
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Além disso, o aumento nos custos de transporte reflete-se diretamente no valor das mercadorias no supermercado.
Como o transporte de alimentos e outros produtos depende dos combustíveis, o preço dos itens vendidos no mercado tende a subir, o que pesa ainda mais no orçamento das famílias.
Possíveis vantagens da alta do dólar para turismo e exportação
Porém, a valorização do dólar pode trazer alguns benefícios para determinados setores da economia.
O turismo no Brasil, por exemplo, pode ser impulsionado, pois o aumento do valor do dólar torna viagens para outros países mais caras para os brasileiros.
Isso pode atrair turistas estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, que veem o Brasil como um destino mais barato durante períodos de férias.
O setor de exportação também pode se beneficiar com a alta do dólar.
As empresas brasileiras que exportam produtos para outros países recebem em dólar, o que significa que o valor de suas vendas no exterior aumenta, gerando maior demanda pelos produtos nacionais.
Isso pode ajudar a fortalecer a economia local, beneficiando tanto as empresas exportadoras quanto os fornecedores desses produtos.
Intervenção do Banco Central para controlar o dólar
A recente flutuação do dólar foi marcada por uma intervenção significativa do Banco Central. Após atingir a máxima de R$ 6,30, a moeda fechou o dia em R$ 6,12, após a realização de dois leilões de venda de dólares.
O primeiro leilão, realizado pela manhã, vendeu US$ 3 bilhões, mas como a alta continuou, o Banco Central fez um segundo leilão, desta vez de US$ 5 bilhões, para aumentar a oferta da moeda no mercado e conter a desvalorização do real.
Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, houve uma saída incomum de recursos do país no fim deste ano, o que motivou a intervenção.
Este foi o maior volume de vendas de dólares em leilões realizado pelo Banco Central nos últimos 25 anos.
Com a volatilidade do dólar, o consumidor brasileiro pode esperar um aumento nos preços de vários produtos, especialmente os que dependem de importações ou do transporte.
A intervenção do Banco Central pode ter suavizado momentaneamente a alta, mas os efeitos da valorização do dólar ainda podem ser sentidos no bolso de todos.
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