O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) deflagrou, na manhã desta terça-feira (16), a Operação Mercado de Pandora, que investiga um esquema milionário de fraude fiscal e sonegação tributária no comércio eletrônico. Ordens judiciais são cumpridas em quatro cidades de Santa Catarina.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
A ação conta com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC). No total, a Justiça determinou 15 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de bens de 38 pessoas físicas e 31 empresas. O valor solicitado para bloqueio supera R$ 227 milhões. Apenas em tributos sonegados, a estimativa do fisco estadual aponta prejuízo de R$ 45 milhões.
Durante o cumprimento das ordens, uma pessoa foi presa em flagrante por porte de munições de calibre restrito. Um simulacro de arma de fogo também foi apreendido.
Como funcionava o esquema
Segundo as investigações, a organização criminosa usava empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, registradas em nome de laranjas. O objetivo era emitir notas fiscais falsas para viabilizar a venda de celulares em plataformas de marketplace sem recolher tributos.
Veja também
Bolão leva prêmio de R$ 5,8 milhões na Lotofácil
Mulher joga água quente em criança que brincava na frente de casa
Quando os negócios atingiam grande volume de vendas, as empresas eram desativadas ou abandonadas. Logo depois, novos registros eram criados, garantindo a continuidade da fraude e a ocultação de receitas.
Esse ciclo gerava concorrência desleal no setor varejista de tecnologia e dificultava o rastreamento contábil. O esquema pode ter movimentado dezenas de milhões de reais em operações fraudulentas.
Mandados em quatro estados
Além de Santa Catarina, a operação cumpre ordens judiciais em outros três estados. Veja estados e cidades.
- Santa Catarina: Joinville, Mafra, São João Batista, Campo Erê;
- Paraná: Apucarana, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Marmeleiro e São Jorge do Oeste;
- Alagoas: Maceió;
- São Paulo: São Paulo (capital) e Limeira.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Estadual de Organizações Criminosas. Fora de Santa Catarina, o GAECO contou com apoio dos Ministérios Públicos do Paraná, São Paulo e Alagoas, além de equipes da Polícia Civil e Polícia Militar.
Nome da operação “Mercado de Pandora”
O nome “Mercado de Pandora” faz referência ao mito grego da Caixa de Pandora. Assim como no mito, em que o recipiente ao ser aberto liberou todos os males do mundo, o mercado virtual dos investigados aparentava ser legal, mas escondia um sofisticado esquema de fraude, sonegação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Estrutura da operação
A investigação envolveu o Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB), a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), que auxiliaram no rastreamento de ativos virtuais. Em Santa Catarina, a Polícia Científica atuou na preservação de provas coletadas.
A operação foi coordenada em apoio à 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó – Promotoria Regional da Ordem Tributária. As apurações seguem em sigilo, mas novas informações devem ser divulgadas assim que houver publicidade dos autos.
O GAECO
O GAECO é uma força-tarefa vinculada ao Ministério Público de Santa Catarina e formada pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar. A atuação tem como objetivo investigar, prevenir e reprimir organizações criminosas.







