Ícone do site PortalRBV

“Morreu salvando vidas”, diz colega sobre médico vítima de queda de balão em SC

Morreu salvando vidas, diz colega sobre médico vítima de queda de balão em SC

À esquerda, Andrei Melo; à direita, Joran Seiko Aguni. (Foto: Arquivo Pessoal)

A trágica queda de um balão no Sul de Santa Catarina, que provocou oito vítimas fatais no último sábado (21), segue comovendo o país. Entre as vítimas, está o médico oftalmologista Andrei Gabriel de Melo, de 34 anos, natural de Fraiburgo, Meio-Oeste do estado. Ele foi homenageado com uma fala emocionada do colega e proprietário da Clínica Seiko, Joran Seiko Aguni, onde Andrei atuava desde 2020.

PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS

Em um depoimento emocionante enviado ao Portal RBV, Joran destacou a trajetória e a importância do amigo e sócio, que segundo ele acredita, assim como a família, morreu salvando vidas:

“Até sua última ação foi salvando vidas”.

Andrei formou-se em Medicina em Joaçaba no ano de 2014. Terminou sua especialização em oftalmologia no Hospital Celso Ramos em Florianópolis em 2019 e iniciou suas atividades na Clínica Seiko em 2020. O médico atendia nas unidades de Fraiburgo, Treze Tílias, Campos Novos e na matriz da clínica, em Caçador.

Andrei teve extrema importância na consolidação do serviço de oftalmologia da região. Segundo Joran, ele era um exemplo de competência e humanidade:

Foi um excelente profissional, exemplar, perfeccionista, sempre bem-humorado e muito competente. Dedicou sua vida a cuidar do próximo com respeito e generosidade.

Além de destacar o envolvimento do médico com cursos, congressos e atualização constante, o empresário lembrou da convivência pessoal e profissional:

Ele tinha uma boa relação com toda a equipe. Era muito estudioso. Foi um excelente filho, irmão, tio e amigo. Deixa saudades, pois foram ótimos momentos compartilhados e aprendemos muito com ele.

Da esqueda para a direita os oftalmologistas Andrei, Joran, Jonathan, Frayda, Vinicius e Daniel. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ao encerrar, Joran agradeceu à família de Andrei pela convivência e parceria ao longo dos anos:

Digo muito obrigado por ter existido em nossas vidas. Amigo Andrei, você jamais será esquecido.

Em nota de pesar publicada nas redes sociais, a Clínica Seiko comunicou o falecimento do oftalmologista e manifestou luto coletivo. No texto, a equipe descreveu Andrei como “um ser humano íntegro, gentil, atencioso e apaixonado pelo que fazia” e ressaltou que seu legado de excelência e humanidade “seguirá vivo em cada vida que tocou, em cada paciente que enxergou o mundo com mais clareza graças ao seu trabalho”. A publicação conclui: “Descanse em paz, Dr. Andrei. Seu olhar seguirá iluminando os nossos caminhos.”

Como o acidente com o balão em SC aconteceu

O acidente com o balão ocorreu por volta das 8h de sábado, 21 de junho, em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. O balão, operado pela empresa Sobrevoar, levava 21 pessoas quando pegou fogo durante o voo. A principal hipótese investigada é a de falha técnica relacionada a um maçarico não original.

O piloto tentou fazer uma descida de emergência e pediu que os passageiros saltassem, informou a polícia. Treze pessoas sobreviveram, enquanto oito perderam a vida — quatro foram carbonizadas e quatro morreram em decorrência das quedas. O caso comoveu o Brasil e trouxe à tona questionamentos sobre a segurança em passeios turísticos de balão.

Andrei foi sepultado em Fraiburgo no domingo (22), sob forte comoção. O velório reuniu familiares, amigos, pacientes e autoridades da região.

As demais vítimas são: Leandro Luzzi, de Indaial; Juliane Jacinta Sawicki e seu marido Fábio Luiz Izycki, do Rio Grande do Sul; e o casal Everaldo Rocha e Janaina Rocha, de Joinville.

Empresa é investigada e MPSC cobra explicações

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou no domingo (22) um inquérito civil para apurar as circunstâncias da tragédia. A empresa Sobrevoar tem 10 dias úteis para apresentar uma série de documentos à Promotoria, como licença do piloto, certificado da aeronave, seguro obrigatório, alvarás e laudos técnicos.

A investigação busca verificar se a operação do balão seguia todas as normas da ANAC e da legislação turística vigente. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, a empresa pode ser responsabilizada por falhas no serviço, mesmo sem comprovação de culpa direta.

O caso tramita na Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Rosa do Sul. O objetivo é garantir justiça às vítimas e reforçar a segurança nas atividades turísticas de aventura em Santa Catarina e em todo o país.

Nossas Redes Sociais

YouTube

Facebook

Instagram

Sair da versão mobile