Um dos julgamentos mais longos de Santa Catarina terminou, no último sábado (11), com a decisão de que trio é condenado por matar jovem em Canoinhas, no Planalto Norte, em abril de 2021. A Sessão de Júri, que começou na última segunda-feira (6), durou seis dias.
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Assassinado na frente de casa, o jovem Cláudio Herbst tinha 27 anos quando foi alvejado por vários disparos de arma de fogo. Para o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), o crime foi motivado por ciúmes.
Segundo a promotoria de Justiça, o mandante do crime não aceitava o término do relacionamento com a ex-companheira, que estaria namorando com Cláudio. Os dois acusados de serem os executores do homicídio teriam sido contratados para matar a vítima.
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu por volta das 19h do dia 15 de abril de 2021. Os acusados pararam o carro próximo à casa da vítima e, um deles, atirou nove vezes contra Herbst, enquanto o outro ficou no veículo esperando para fugir com o comparsa.
“O réu, mandante do crime, agiu por ciúmes, pois a ação criminosa foi praticada em razão do sentimento de posse que detinha em relação a sua ex-companheira, atual companheira da vítima”, diz o MPSC na denúncia.
Morte do jovem foi premeditada
Tudo teria sido combinado previamente, desde o momento do crime até a forma como seria executado. Por isso, o mandante foi condenado por homicídio triplamente qualificado – motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Os executores também foram condenados por homicídio triplamente qualificado, mas, no caso deles, além do uso de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, o crime foi qualificado por pagamento ou promessa de recompensa.
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Somadas, as penas chegam a 60 anos de prisão. Os acusados também deverão pagar, cada um deles, o valor de R$ 100 mil aos sucessores da vítima como reparação pelo mal causado e pela gravidade do crime.
Julgamento foi marcado por longos debates
Um dos motivos para o julgamento ter se arrastado por seis dias foram os longos debates entre acusação e defesa, além de interrogatórios que duraram horas. O delegado que conduziu o inquérito, por exemplo, foi sabatinado por mais de oito horas no primeiro dia da Sessão do Júri.
O julgamento, inclusive, era para ter ocorrido em 2023, e chegou a ser iniciado em julho. O Tribunal do Júri foi dissolvido, porém, após a defesa afirmar que o MPSC não teve acesso a um documento importante da investigação, o que foi confirmado pelos promotores.
O MPSC pediu, então, que o Tribunal fosse dissolvido, e o pedido foi acolhido pelo juiz que presidia a sessão. Após idas e vindas, a sessão foi remarcada, então, para o último dia 6.
Carta enviada à prisão foi usada como prova em julgamento
Apontada como pivô do crime, a ex-mulher do mandante do assassinato foi intimada a prestar depoimento no tribunal, mas não compareceu. A defesa usou uma carta enviada por ela ao ex-companheiro na prisão.
Na carta, ela fez uma declaração de amor ao acusado e, para a defesa dele, isso comprovaria que o relacionamento do casal nunca chegou ao fim. O casal viveu junto em Guarapuava (PR), e a defesa do ex-companheiro afirma que ele não encomendou a morte do namorado da ex.
Segundo os advogados do mandante, os acusados de executarem o crime teriam sido mandados para Canoinhas para saber do comportamento da mulher após a separação.