Plano Safra 2024/25 deve ficar próximo do pedido pela CNA, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A entidade pediu R$ 570 bilhões para financiamentos aos pequenos, médios e grandes produtores.
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Fávaro disse que o pedido é desafiador, mas que o momento de preços mais baixos das commodities agrícolas e de renda menor no campo exige mais recursos para novos financiamentos.
“Compreendemos que é um momento que necessita de mais recursos, já que os preços estão achatados e, consequentemente, a renda dos produtores está comprometida. É um pleito desafiador para ser atendido, mas quero crer que, com as várias maneiras que estão sendo pensadas para incrementar os recursos do Plano Safra, nós vamos estar atingindo, se não na totalidade, muito próximo do pleito sugerido pela CNA”, indicou Fávaro a jornalistas em Uberaba (MG), após cerimônia de abertura da safra mineira de açúcar e etanol.
No ano passado, a CNA pediu ao governo cerca de R$ 403 bilhões para o Plano Safra 2023/24. O valor anunciado foi maior: R$ 435,8 bilhões. O montante foi alcançado a partir do aumento dos índices das exigibilidades das fontes de recursos nas instituições financeiras, como depósitos à vista, poupança rural e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
De acordo com Fávaro, as duas “premissas básicas” do próximo Plano Safra serão a ampliação de recursos para crédito e o reforço no orçamento do seguro rural, outra solicitação frequente do setor produtivo.
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“Queremos ampliar o seguro rural, fundamental em momento de intempéries, e ampliar os recursos disponíveis aos produtores. Já que os preços estão achatados, a renda está dificultada, o governo tem que colocar mais recursos para atender os produtores”, reforçou.
Ele disse também que espera avançar com as propostas de premiação, com desconto nos juros, a agricultores e pecuaristas que adotam técnicas sustentáveis de produção.
“Queremos continuar com o principal objetivo de mostrar por mundo o quanto a nossa produção é sustentável. Então, premiar os produtores rurais com taxas de juros cada vez mais acessíveis é um dos objetivos. Começamos no ano passado, com toda dificuldade de prestar conta aos órgãos de controle, pois é dinheiro público. A fórmula parece que está mais bem desenhada neste ano. Queremos reduzir taxa de juros premiando os produtores”, explicou.
Embrapa
O ministro Carlos Fávaro voltou a destacar a necessidade de ampliar os recursos para custear as pesquisas da Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Disse que vai buscar o complemento no orçamento federal a partir da promessa de ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A Embrapa ficou sem investimento nos últimos 10 anos. Chega o presidente Lula e coloca ela de volta no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], lança concurso e promete injetar ainda mais recursos”, disse.
“Da necessidade de R$ 500 milhões por ano para pesquisa, a Embrapa tem assegurado todo ano algo em torno de 200 milhões. Não é dinheiro do tamanho do benefício que ela gera para o Brasil e para os brasileiros. A tomada de decisão pessoal do presidente Lula nos enche de orgulho. Vamos estar buscando dentro do orçamento da União o complemento para a Embrapa”, concluiu.