No decorrer da terça-feira, 28 de novembro, foi relatado a ocorrência de um tornado no município de Rio das Antas, em consequência das chuvas que avançaram pelo Estado.
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O processo de formação de uma baixa pressão deixou o tempo instável em Santa Catarina. Na região do Grande Oeste, foram observadas pancadas de chuva a partir da tarde, entretanto, as nuvens eram pouco profundas e as descargas elétricas apareciam de forma pontual, a princípio, apresentando apenas risco moderado para danos. No município de Rio das Antas a chuva passou entre às 14h e 15h, quando foi observada uma queda das temperaturas de 24°C para 21°C.
Após a passagem destas chuvas, na comunidade de Salto Rio das Pedras, foram relatados destelhamentos, danos em um pomar e destruição parcial de um galpão.
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Estes danos estavam associados à atuação de um possível tornado. Quando analisadas as imagens do radar meteorológico de Chapecó, não foi possível identificar nuvens de tempestades severas, nem assinaturas típicas destes eventos nos campos de vento. Assim, neste evento, não foi possível a partir desta ferramenta caracterizá-lo como tornado. No radar, apareciam apenas nuvens de baixo desenvolvimento vertical, que poderiam provocar algumas rajadas de vento.
Entretanto, o sistema pode ser identificado nos vídeos amplamente divulgados nas redes sociais, que mostram um tornado de intensidade fraca. As imagens foram retiradas dos vídeos, mostram um funil compacto, com ventos organizados e rotativos, levantando poeira e detritos ao redor do funil. A rotação, embora evidente, caracteriza-se por uma intensidade mais baixa, se dissipando em um curto período de tempo.
A avaliação deste fenômeno gera uma confusão bastante comum, devido a similaridade, em primeira impressão, com um redemoinho. O Prof. Dr. Ernani De Lima Nascimento, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialista em tempo severo, afirma que o evento é de fato um tornado. Ele explica que a dinâmica do vórtice observado é característico deste tipo de fenômeno, e que o ambiente úmido é incompatível com um redemoinho de céu claro.
Ainda, sobre a ausência de uma tempestade severa, o professor explica: “A nuvem que o produziu não precisa ser necessariamente uma supercélula, o que pode explicar a ausência de assinaturas típicas de supercélula nas imagens de radar. Estes casos são praticamente impossíveis de alertar justamente pela ausência das assinaturas típicas”.
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