Três são condenados a 143 anos de prisão por estelionato, associação criminosa e extorsão em Santa Catarina. A decisão foi proferida pela 2ª Vara da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, nesta quarta-feira (31).
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
A decisão é resultado das investigações conduzidas pela PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina) na Operação Broke Down, deflagrada após denúncias contra um grupo criminoso que praticava estelionatos em todo o Estado.
Segundo informações da PCSC, os três homens formaram um grupo criminoso com o fim de obter vantagens ilícitas mediante a prática de crimes de estelionato e extorsão.
Os homens agiam em marketplaces na internet, especialmente no Facebook. Quando um proprietário de um veículo fazia o anúncio de venda, um dos criminosos, através de um perfil falso, entrava em contato e se mostrava interessado na compra.
Veja também
Três de SC são presos em operação nacional contra abuso sexual infantil
Suspeitos de golpe do falso advogado são presos pela PCSC
A negociação era realizada por mensagens. O primeiro criminoso dizia que algum familiar iria buscar o veículo, sendo esse “familiar” o segundo criminoso. O “comprador” ainda dizia que o CRV (Certificado de Registro de Veículo) ficaria no nome de outro familiar, que é o terceiro criminoso.
Quando a negociação era bem sucedida, a vítima entregava o veículo, pois os criminosos mostravam um comprovante de transferência falso. No aplicativo da vítima, aparecia o saldo como “Bloqueado – análise bancária”. Apenas depois de um tempo a vítima era informada pelo banco que o dinheiro não havia sido depositado.
Conforme a PCSC, o banco solicitado às vítimas para transferência era sempre a Caixa Econômica Federal, pois provavelmente os criminosos descobriram um meio de burlar o sistema.
Quando a vítima tentava contato com os criminosos para buscar o pagamento, era extorquida a pagar uma certa quantia para reaver o veículo.
Crimes ocorreram em todo o Estado
O grupo criminoso agiu durante meses em vários municípios de Santa Catarina. O número total de vítimas não foi divulgado.
Para dificultar o reconhecimento, diversos números de telefone e perfis falsos na internet eram utilizados. Por vezes, a falsidade ideológica era feita com dados interpostos de vítimas anteriores (diferentes combinações de nomes, sobrenomes, números, endereços, entre outros).
A PCSC estima que o prejuízo total dos estelionatos foi de cerca de R$ 1,5 milhão, mesmo com a recuperação de parte dos veículos obtidos através dos golpes.
Homens foram condenados por associação criminosa, estelionato e extorsão
Os três criminosos foram condenados à privação de liberdade pelos três crimes previstos no Código Penal, além do pagamento de dias-multa. Todos tiveram o valor do dia-multa calculado com base no salário mínimo. Dessa forma, unitariamente, o dia-multa a ser pago equivale a R$ 47,06, e deve ser pago todos os dias até o fim da punição.
O primeiro, de 23 anos, foi condenado a 35 anos, seis meses e 20 dias de prisão, além do pagamento de 146 dias-multa.
O segundo, de 41 anos, teve a condenação imposta em 59 anos e dez dias de prisão, junto ao pagamento de 261 dias-multa.
O terceiro, de 39 anos, deverá cumprir 49 anos, nove meses e dez dias de prisão, além de 216 dias-multa.
Juntas, as penas somam 143 anos de prisão, além de um total de aproximadamente R$ 29 mil em multas.
Estado lidera ranking nacional de estelionato virtual
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no dia 18 de julho, coloca Santa Catarina como o Estado preferido de criminosos para aplicação de estelionatos virtuais.
Segundo a Polícia Federal, os locais com mais investigações do crime no Estado são Joinville, Itajaí, Florianópolis, Chapecó e Lages.