Brucelose e tuberculose bovina são doenças que têm recebido grande atenção em Santa Catarina na busca pela excelência da bovinocultura e pela qualidade da produção agropecuária catarinense. Graças a um grande esforço do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Santa Catarina tem mais de 3 mil propriedades rurais certificadas livres de Brucelose e Tuberculose desde setembro de 2023.
Marcelo Grazziotin, Gerente Regional da Cidasc de Videira, destaca o comprometimento da companhia e o controle eficaz da brucelose e tuberculose bovina em Santa Catarina. As doenças são zoonoses transmitidas do animal para o homem, e demandam não apenas da erradicação nos animais, mas também medidas de saúde pública para aprimorar os rebanhos e proteger a população. A probabilidade de contaminação no leite de um animal positivo é elevada, reforçando a importância da escolha por produtos certificados pelos consumidores.
O governo implementa medidas como portarias e programas voluntários, como o Programa Nacional de Controle de Erradicação da Brucelose e Tuberculose, para assegurar o controle eficaz da doença. O investimento em profissionais e o incentivo das empresas agropecuárias contribuem para tornar mais acessíveis os custos do diagnóstico e controle ao longo do tempo.
O foco atual do governo é a erradicação da brucelose e tuberculose bovina nos rebanhos, contando com a colaboração do agronegócio e dos produtores. A certificação de propriedades como livres de Brucelose e Tuberculose bovina é incentivada, com muitas propriedades aderindo devido ao apoio dos laticínios e aos benefícios proporcionados. A meta é reduzir e, eventualmente, eliminar a incidência no estado de Santa Catarina.
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Brucelose e tuberculose bovina: saiba mais
Os animais com brucelose e tuberculose bovina são encaminhados para abate sanitário e o produtor que cumpre a legislação é indenizado pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal – Fundesa. Quanto mais rápido se encontrarem os animais positivos, menor é o prejuízo da propriedade e mais rápido é solucionado o problema.
Brucelose bovina
A brucelose é uma doença causada pela bactéria Brucella abortus e pode ocasionar aborto e queda na produção de leite. Ela ataca animais machos e fêmeas.
Muitos animais contraem a doença quando comem ou lambem restos de placentas no pasto, visto que, quando a vaca sofre o aborto, a Brucella pode permanecer viva por cerca de seis meses no solo e pastagem. A transmissão também pode acontecer durante a monta natural, ou na inseminação com material ou sêmen contaminado.
O ser humano pode contrair a brucelose, assim como os animais, quando entra em contato direto com os restos de aborto ou placenta. Além disso, o consumo de leite cru e derivados contaminados pela bactéria também podem acometer o homem.
Brucelose bovina: sintomas
Aborto no 7º mês de gestação, principalmente nas primeiras crias; Queda de produção de leite; Nas fêmeas pode ocorrer retenção de placenta, repetição de cio e até infertilidade; Nos machos, observa-se o inchaço dos testículos.
Contudo, animais doentes podem não apresentar os sintomas listados acima. Portanto, é importante realizar exames em todos os animais da propriedade.
Prevenção
- Utilizar touros de monta que tenham exame negativo para brucelose.
- É importante comprar apenas animais que tenham exame negativo para brucelose, ou de rebanhos lives da doença e com a Guia de Trânsito Animal – GTA.
- Realizar a inseminação artificial somente com material de locais que garantam a segurança contra a doença.
- Fazer testes periódicos no rebanho, para conhecer a saúde dos animais.
- Lavar as mãos após manejar os animais.
- Sempre usar luvar para mexer nos fetos abortados e placentas com infecção.
- Queimar o feto abortado e a placenta, em seguida, desinfetar o local do aborto.
- Sempre ferver o leite antes de beber.
Tuberculose bovina
A Tuberculose é uma doença que pode causar emagrecimento, tosse e queda na produção de leite. É comum a condenação de carcaça em abatedouros por achados de lesões sugestivas de tuberculose. A doença pode atingir o homem.
A contaminação nos animais se dá de várias formas, seja pelo contato direto quando os animais se lambem, contato com a água e alimento contaminado por animal doente, quando o animal doente tosse perto de outro sadio, durante alimentação no cocho por contato direto e alimentação com soro de leite contaminado, pois o terneiro pode se contaminar ao mamar ou ao receber leite de outra vaca doente.
Para saber se os animais estão doentes, é preciso ficar atento a alguns detalhes, como a diminuição de produção leiteira nas fêmeas, tosse constante e resistente a tratamentos, além do emagrecimento na fase final da doença.
Quando houver suspeita da doença, o produtor deve procurar um médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa para realizar exames de tuberculose. Os escritórios da Cidasc possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados.
O exame é feito mediante a realização de duas visitas de um mesmo médico veterinário à propriedade. No primeiro dia, é feita uma inoculação no animal, depois de 3 dias, ocorre a segunda visita para fazer a leitura da reação em cada animal por meio de um equipamento apropriado.
Contaminação humana
A contaminação nos humanos se dá com contato direto com animais doentes, ao tomar leite cru ou comer queijo contaminado e ao abater/carnear animais com a doença. Os principais sintomas nos humanos são tosse constante por mais de 3 semanas, emagrecimento, cansaço excessivo, febre baixa (geralmente à tarde) e sudorese noturna.
Como evitar a tuberculose bovina
Só compre animais que tenham exame negativo para Tuberculose, faça exames de Tuberculose em todo o rebanho para conhecer a situação de saúde dos animais, lave sempre as mãos após lidar com seus animais, ferva sempre o leite antes de beber ou de oferecer para algum animal e não alimente cães e gatos com leite cru, eles podem manter a doença na propriedade.
Não há vacina nem tratamento para animais com tuberculose. Os animais positivos devem ser sacrificados e os produtores podem solicitar indenização ao Fundesa.