A nova pesquisa Demografia Médica, divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) nesta terça-feira (15), revela que o número de médicos mais do que duplicou em 13 estados brasileiros nos últimos 14 anos. Apesar desse crescimento, a distribuição dos profissionais permanece desigual, concentrando-se nas capitais.
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O CFM atribui essa desigualdade à fragilidade das políticas públicas que incentivam a migração de médicos para áreas mais distantes.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, ressalta a importância de desenvolver uma política de recursos humanos robusta. Ele defende a criação de incentivos atrativos para a fixação de médicos em regiões com maior dificuldade de provimento.
“Não se trata apenas de oferecer melhores salários, mas de implementar ações que estimulem a atuação dos médicos”, afirma Gallo.
Ele destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura de saúde e programas de formação específicos para cada região.
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Atualmente, o Brasil tem uma média de 3,07 médicos para cada mil habitantes. Esse número é similar à média de 3,7 observada entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dados do CFM mostram uma evolução constante em todas as 27 unidades da federação.
Estados
Entre os 13 estados que mais do que duplicaram o número de médicos entre 2010 e 2024, nove registraram um aumento superior a 100% na densidade médica. Nenhum estado observou diminuição na quantidade de médicos nos últimos 14 anos.
Os estados com maior densidade de médicos incluem:
- Distrito Federal (6,3),
- Rio de Janeiro (4,3) e
- São Paulo (3,7).
Em contrapartida, os índices mais baixos são encontrados:
- Amazonas (1,6),
- Amapá (1,5),
- Pará (1,4) e
- Maranhão (1,3).
Capital X interior
A desigualdade entre capital e interior é alarmante.
As capitais concentram 23% da população, mas possuem 52% dos médicos.
A média nas capitais é de sete médicos para cada mil habitantes. Já no interior, essa proporção cai para 48% de todos os médicos.
Vitória, no Espírito Santo, é a cidade com a maior proporção de médicos por habitante no país, com 18,7. No entanto, no interior do estado, essa média despenca para apenas 2,25.
Porto Alegre (RS) também apresenta uma disparidade, com 11,85 médicos por mil habitantes na capital, em contraste com 2,26 no interior.
O Tocantins se destaca como exceção nas regiões Norte e Nordeste. Neste estado, a proporção de médicos no interior supera a da capital, com 54% dos médicos atendendo fora da capital.
Por outro lado, o interior do Amazonas enfrenta uma realidade preocupante. A densidade de médicos é drasticamente baixa, com apenas 0,20 médico para cada mil habitantes.
Esses dados evidenciam a necessidade urgente de ações que promovam uma distribuição mais equitativa de médicos no Brasil. A criação de incentivos adequados pode ajudar a melhorar o acesso à saúde em áreas remotas e rurais.
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